Meloni, aliada de Trump, dispara: 'Reconhecer Palestina agora é tiro no pé'
Meloni: reconhecer Palestina agora é contraproducente

Numa declaração que ecoou como um trovão nos círculos diplomáticos, Giorgia Meloni — aquela que muitos chamam de "a Trump de saias" da Europa — soltou o verbo sobre o delicado tabuleiro do Oriente Médio. E não foi com meias palavras.

"É como tentar apagar incêndio com gasolina", disparou a premiê italiana, referindo-se às recentes movimentações de alguns países europeus para reconhecer o Estado palestino. Segundo ela, a medida, neste momento, seria "contraproducente" e até "perigosa".

O timing que tudo estraga

Meloni, que nunca foi de ficar em cima do muro, argumenta com unhas e dentes: o reconhecimento agora só serviria para inflamar ainda mais os ânimos na região. "Quando a casa está pegando fogo, você não discute a reforma da cozinha", comparou, com aquela mistura de pragmatismo e retórica afiada que a caracteriza.

E os números? Bem, eles parecem dar algum respaldo à posição da líder italiana:

  • Mais de 80% dos israelenses rejeitam qualquer reconhecimento unilateral
  • Aprovação do governo palestino caiu para 32% nos territórios ocupados
  • 67% dos europeus acham que a medida prejudicaria as negociações de paz

O fantasma da desestabilização

Não é só questão de opinião — Meloni aponta riscos concretos. "Estamos brincando com fósforos num depósito de pólvora", alertou, referindo-se ao possível efeito dominó em países vizinhos. A Jordânia, por exemplo, teme uma nova onda de refugiados. O Líbano, já combalido, mal consegue administrar suas próprias crises.

E o que dizem os especialistas? Bom, há quem discorde, claro. Mas até mesmo analistas menos alinhados com a direita reconhecem: o timing é, no mínimo, questionável. "É como dar um prêmio ao Hamas sem exigir contrapartidas", comentou um diplomata aposentado que preferiu não se identificar.

As entrelinhas do discurso

Para quem conhece o histórico de Meloni, porém, há mais nessa posição do que aparenta. A líder do Fratelli d'Italia sempre foi próxima dos setores conservadores americanos — e a sombra de Trump paira sobre seu discurso. "Ela sabe que qualquer movimento nessa direção seria um presente para os republicanos nas eleições americanas", analisa um correspondente em Roma.

E não é só isso. A Itália tem interesses econômicos na região que vão muito além da política:

  1. Contratos bilionários no setor de gás natural
  2. Parcerias tecnológicas com Israel
  3. Acordos comerciais com países árabes moderados

No fim das contas, como diria o povo na rua: "quando a esmola é demais, o santo desconfia". E Meloni, essa sim, não parece nada desprevenida.