
Nova York nunca é apenas Nova York quando o assunto é política internacional. E desta vez, a coisa ficou séria. O presidente Lula desembarcou nos Estados Unidos para uma agenda que vai muito além dos protocolos de praxe – estamos falando de conversas francas e diretas sobre um dos temas mais espinhosos da geopolítica atual.
Nesta terça-feira, o mandatário brasileiro sentou-se com nada menos que o secretário-geral da ONU, António Guterres. Mas calma, não foi só um aperto de mãos para as câmeras. A reunião, que durou bem mais do que o previsto, mergulhou fundo na crise do Oriente Médio. Lula, sabe como é, não fica na superficialidade.
O cerne da questão palestina
O que realmente pegou a atenção de todos foi a firmeza com que Lula defendeu – de novo e com todas as letras – a criação de um Estado Palestino soberano. Não é de hoje essa posição, claro, mas o timing agora é crucial. Com o conflito escalando a níveis preocupantes, o Brasil joga seu peso diplomático na balança.
"Não há alternativa viável que não passe pela solução de dois Estados", teria dito o presidente, segundo fontes próximas às discussões. E ele não para por aí: a defesa inclui o reconhecimento pleno da Palestina como membro das Nações Unidas, um movimento que certamente causará arrepios em algumas capitais.
Uma agenda cheia de encontros estratégicos
Além de Guterres, a agenda de Lula incluiu reuniões bilaterais importantes. O presidente da Eslováquia, Peter Pellegrini, foi um dos interlocutores – um sinal claro de que o Brasil busca construir pontes além dos parceiros tradicionais.
E tem mais: encontros com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, e com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, mostram que a diplomacia brasileira está funcionando a todo vapor. Parece que Lula quer deixar claro que o Brasil voltou à mesa das grandes decisões globais.
O contexto que poucos veem
Enquanto isso, aqui no Brasil, a discussão esquenta. Alguns criticam, outros apoiam, mas fato é que a postura de Lula coloca o país no centro de um debate internacional delicadíssimo. É uma aposta arriscada? Sem dúvida. Mas o presidente parece acreditar que o momento exige coragem diplomática.
O que me faz pensar: será que essa ofensiva diplomática renderá os frutos esperados? A comunidade internacional parece cada vez mais dividida sobre a questão palestina, e o Brasil pode acabar nadando contra a corrente em alguns fóruns importantes.
Uma coisa é certa – não vai ser uma conversa fácil. As resistências são muitas, os interesses conflitantes também. Mas Lula, velho raposa da política, sabe disso melhor que ninguém. Resta saber se a estratégia dará certo desta vez.