
Numa fala que ecoou pelos corredores diplomáticos, o presidente Lula soltou o verbo contra o que chamou de "tirania do veto" no Conselho de Segurança das Nações Unidas. E olha que ele não veio com meias palavras não.
"É inacreditável como ainda hoje um único país pode travar decisões que beneficiariam toda a humanidade", disparou o mandatário brasileiro, com aquela cara de poucos amigos que ele sabe fazer quando o assunto é sério. A referência, claro, era aos cinco membros permanentes do Conselho - Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido - que detêm esse poder absolutista, digamos assim.
O peso das palavras
Mas não parou por aí. Lula voltou a falar sobre Gaza, e dessa vez foi ainda mais direto. "O que está acontecendo lá não tem outro nome: é genocídio", afirmou, sem rodeios. Parece que ele não está nem aí para as críticas que recebeu da última vez que usou esse termo.
E tem mais: o presidente defendeu, com unhas e dentes, a reforma do Conselho de Segurança. "O mundo mudou, a geopolítica mudou, mas a ONU continua presa a uma lógica da Guerra Fria", observou, com razão, diga-se de passagem. Quem discorda?
Um Brasil que fala de igual para igual
O interessante é ver como o Brasil, sob o comando de Lula, tem se posicionado cada vez mais como uma voz ativa no cenário internacional. Não é de hoje que o país pleiteia um assento permanente num Conselho reformado - e dessa vez a cobrança veio com ainda mais força.
"Não faz sentido que a África inteira, a América Latina, não tenham representação permanente", argumentou Lula, levantando uma questão mais do que justa. Afinal, estamos em 2024, não em 1945.
O recado foi dado, e claro. O Brasil não vai ficar calado diante de injustiças que, segundo Lula, são perpetuadas por um sistema ultrapassado. Resta saber se alguém vai ouvir.