
Eis que a Itália resolveu botar o pé no freio — e com força. O governo de Giorgia Meloni, que já vinha dando sinais de que não brincaria em serviço quando o assunto é identidade de gênero, acabou de anunciar um pacote de medidas que promete virar o jogo para adolescentes que desejam fazer a transição.
Não é exagero dizer que as novas regras são das mais duras da Europa. A partir de agora, menores de 18 anos terão que encarar uma verdadeira maratona burocrática antes de qualquer procedimento médico. E olha que não é pouca coisa:
- Laudo psicológico com pelo menos 6 meses de acompanhamento
- Avaliação de uma equipe multidisciplinar (que inclui até endocrinologistas)
- Consentimento expresso dos pais ou responsáveis
- Proibição total de bloqueadores hormonais antes dos 16 anos
O que está por trás da decisão?
Segundo fontes do Ministério da Saúde italiano, a medida veio para "proteger os jovens de arrependimentos futuros". Mas é claro que a justificativa não convenceu todo mundo. Enquanto alguns aplaudem a cautela, outros veem aí um claro retrocesso nos direitos humanos.
"É como colocar um cadeado no armário da identidade", disparou um ativista LGBTQIA+ em Roma, sob condição de anonimato. Já os defensores da lei rebatem: "Não se trata de preconceito, mas de prudência médica".
Efeito dominó?
O que mais preocupa especialistas é que a Itália pode estar abrindo um precedente perigoso. Nos bastidores, circulam rumores de que outros governos conservadores da Europa estariam de olho no caso italiano como modelo.
Enquanto isso, nas redes sociais, a polêmica esquenta. De um lado, pais aliviados com as novas regras. De outro, jovens que se sentem traídos pelo Estado. Uma adolescente de 15 anos resumiu bem o sentimento: "Eles falam em nos proteger, mas na verdade estão nos silenciando".
Resta saber se essa medida vai mesmo "proteger" os jovens — ou apenas empurrar o problema para debaixo do tapete. Uma coisa é certa: o debate sobre identidade de gênero na Europa acaba de ganhar um novo capítulo... e dos mais acalorados.