
Eis que o Senado resolveu entrar de cabeça no século XXI — ou pelo menos tentar. Nesta quarta-feira (7), o presidente da casa, Davi Alcolumbre, deu o veredito: sessão plenária será remota. Não é brincadeira, não. A decisão, que pegou muitos de surpresa, pode virar um divisor de águas no jeito de fazer política em Brasília.
"Tem horas que a inovação bate na porta e a gente não pode fingir que não está em casa", comentou um assessor parlamentar que preferiu não se identificar — coisa rara nesse meio. O fato é que a medida chega em um momento mais que oportuno. Com as discussões políticas esquentando e o calendário legislativo apertado, a modalidade virtual pode ser a salvação para projetos emperrados.
Mas calma lá, não é tão simples
Por trás dessa decisão aparentemente técnica, há um verdadeiro cabo de guerra político. Alguns senadores mais tradicionais já torceram o nariz. "Isso aí é o começo do fim do trabalho presencial", resmungou um veterano que há 30 anos ocupa uma cadeira no plenário.
Por outro lado, a turma mais jovem — e os que estão com a agenda cheia de compromissos em seus estados — comemorou. Afinal, quem nunca quis votar aquela matéria polêmica direto do conforto do home office?
Os prós e contras que ninguém está falando
- Prático? Sem dúvida. Mas e a segurança digital das votações?
- Moderno? Com certeza. Mas será que não vai virar uma bagunça?
- Democrático? Teoricamente. Mas e os senadores com pouca familiaridade tecnológica?
O que parece certo é que Alcolumbre, conhecido por suas manobras políticas astutas, deve ter calculado cada movimento. Em ano de tensões e eleições no horizonte, cada decisão pesa — e como!
Enquanto isso, os técnicos do Senado correm contra o relógio para testar a plataforma. "Se travar na hora da votação, vai ser um Deus nos acuda", confessa um funcionário, entre risos nervosos. A sessão promete — e não só pelos debates políticos.