
Parece que o Senado resolveu dar um passo atrás no tempo — e não, não estamos falando de alguma proposta retrógrada. O plenário, que já era um vespeiro político, agora também tem que lidar com aquela velha conhecida: a pandemia.
Nesta terça-feira, os senadores retomaram os trabalhos com um cenário digno de filme distópico. Máscaras? Presentes. Distanciamento? Tentativa falha. E o clima? Mais tenso que reunião de família depois daquele almoço de domingo.
O que está rolando de verdade
Com a obstrução de partidos de oposição — que, diga-se de passagem, estão mais unidos que time de várzea em final de campeonato —, o presidente Rodrigo Pacheco decidiu reativar o "modo pandemia". Traduzindo: sessões remotas voltam à pauta.
Mas calma lá que a coisa não é tão simples:
- O plenário físico continua aberto, mas com capacidade reduzida
- Senadores podem participar virtualmente — o que, entre nós, alguns já faziam mesmo antes da pandemia
- Os protocolos sanitários estão mais rígidos que fiscal de balada
E o resultado? Uma bagunça organizada — ou seria uma organização bagunçada? — que deixaria qualquer professor de ensino médio com inveja.
E os projetos importantes?
Aqui é que a porca torce o rabo. Com a obstrução rolando solta e agora esse novo (velho) formato, a pauta legislativa está andando mais devagar que fila de banco em dia de pagamento.
Alguns dizem que é estratégia. Outros, puro caos mesmo. O fato é que projetos urgentes estão ficando na geladeira — e não é aquele cantinho bom onde a cerveja fica.
"É como tentar dirigir com o freio de mão puxado", resmungou um assessor parlamentar que preferiu não se identificar. E não é que a analogia faz sentido?
Enquanto isso, os bastidores fervilham com conversas de corredor, reuniões relâmpago e aquele velho jogo de empurra-empurra que todo mundo conhece, mas ninguém admite praticar.