
Numa análise que mistura preocupação com um toque de esperança, o deputado Felício Ramuth (PSD) não economizou palavras ao comentar as recentes medidas protecionistas anunciadas pelo governo norte-americano. "É um tiro no pé da economia global", disparou o parlamentar, durante entrevista coletiva em São José dos Campos.
Os números assustam: as tarifas impostas por Donald Trump podem impactar diretamente setores estratégicos da região. E o pior? Ninguém sabe ao certo quando — ou se — essa tempestade vai passar.
O jogo político por trás dos números
Ramuth, que tem décadas de experiência na área econômica, esmiuçou o cenário com a paciência de quem explica álgebra para adolescente:
- Setor automotivo na mira: "As montadoras já estão recalculando investimentos"
- Cadeia de suprimentos em risco: "O efeito dominó vai atingir até o pequeno comerciante"
- Jogo de xadrez geopolítico: "Trump joga duro, mas o Congresso americano pode frear essa loucura"
Entre um gole de café e outro, o deputado soltou a frase que resume tudo: "Isso não é protecionismo — é suicídio econômico disfarçado de patriotismo". Palavras duras, mas será que exageradas?
A luz no fim do túnel?
Curiosamente, Ramuth mantém um otimismo cauteloso. "Tenho fontes em Washington", confidenciou, "e a pressão sobre a Casa Branca está ficando insustentável". Ele aposta num recuo parcial até o final do trimestre — mas admite que pode ser wishful thinking.
Enquanto isso, no Vale do Paraíba, as indústrias seguem num péssimo dilema: segurar os preços e perder margem, ou repassar o aumento e arriscar perder mercado. Como diria meu avô, "entre a cruz e a caldeirinha".