
O jogo político em Brasília está mais quente que o cerrado no verão. Enquanto a oposição tenta avançar suas pautas, a base governista — liderada pelo PP e com o aval do Planalto — está dando um verdadeiro nó nas votações. E o que era só um boato nos corredores do Congresso, agora virou estratégia declarada.
Não é segredo pra ninguém que cargos na Esplanada dos Ministérios valem ouro nesse xadrez político. O que surpreende é a cara lavada com que o governo está usando esses postos como moeda de negociação. "Quem não cola, não sai do lugar", parece ser o lema não-escrito dessa legislatura.
O jogo das cadeiras musicais
Os números não mentem: com 40 deputados federais, o PP se tornou peça-chave nesse tabuleiro. E olha que interessante — enquanto seguravam votações polêmicas, três nomes do partido foram parar em pastas estratégicas. Coincidência? Duvido muito.
O líder do governo na Câmara, que pediu pra não ser identificado, soltou a pérola: "Tem hora que é preciso engolir sapo pra governar". Traduzindo: sem negociar cargos, o trem descarrilha. E convenhamos, ninguém quer ver o país virar um Titanic político.
O preço da governabilidade
Os críticos não perdoam. Chamam o esquema de "chantagem institucionalizada". Mas será que é tão simples assim? Governar um país continental como o Brasil exige jogo de cintura — e às vezes, infelizmente, concessões que deixam o cheiro de oportunismo no ar.
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Nessa dança das cadeiras, quem paga o pato é a população. Enquanto isso, projetos urgentes — como a reforma tributária — ficam jogados no limbo. "É o circo pegando fogo", resumiu um assessor parlamentar, entre um gole de café requentado.
A verdade é que Brasília nunca foi terra de santos. Mas dessa vez, o jogo de poder está tão explícito que até os mais cínicos estão surpresos. Resta saber até quando essa estratégia vai segurar — porque, como diz o ditado, até pau tem limite.