
O clima no Congresso Nacional está mais tenso do que fila de banco em dia de pagamento. E não é pra menos — a oposição, liderada pelo PL, decidiu botar o pé na tábua: só aparece na próxima reunião de líderes se Eduardo Braga (MDB-AM) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) estiverem juntos na mesa. E olha que não é capricho, não.
Segundo o líder da bancada, Altineu Côrtes (PL-RJ), a presença dos dois senadores é condição sine qua non para qualquer diálogo. "Não estamos de brincadeira", disparou, com aquele tom de quem já cansou de conversa fiada. "Ou vem os dois, ou a gente nem aparece." Firme e duro como concreto.
O xis da questão
Pra entender a encrenca, tem que voltar uns passos. A briga começou quando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), marcou uma reunião pra discutir a tal da "agenda positiva" — aquela que todo mundo fala, mas ninguém vê. Só que, pasme: convidou só o Braga, deixando Alcolumbre de fora. Erro crasso ou jogada calculada? Difícil dizer.
Os oposicionistas não engoliram. "Isso aí é falta de respeito com a institucionalidade", resmungou um deputado que prefere não se identificar. E não é que ele tem um ponto? Afinal, os dois senadores dividem a liderança do governo no Congresso — um no Senado, outro na Câmara. Separados, viram metade de uma laranja.
E o Pacheco nisso tudo?
O presidente do Senado, coitado, ficou entre a cruz e a caldeirinha. De um lado, a pressão da base aliada; do outro, a oposição fazendo corpo duro. "Vamos aguardar o desenrolar", limitou-se a dizer seu assessor, num daqueles jargões políticos que não dizem nada. Enquanto isso, o clima no Planalto esquenta mais que asfalto em fevereiro.
Curiosamente, ninguém do Planalto quis comentar o assunto. Será que estão esperando a poeira baixar? Ou será que tem panela fervendo nos bastidores? Só o tempo — e as votações da próxima semana — vão dizer.
Uma coisa é certa: se a oposição levar adiante esse boicote, a tão falada "governabilidade" pode virar pó. E aí, meu amigo, prepare o pipoqueiro porque o espetáculo no Congresso promete.