
Numa jogada que mistura urgência e estratégia, o presidente da Câmara, Arthur Lira, convocou às pressas uma reunião com líderes partidários nesta terça-feira. O clima? Tenso como fio esticado. O motivo? A famigerada DR (Discussão de Relacionamento) sobre a pauta legislativa que emperra no Congresso.
Enquanto o Planalto tenta desenrolar o novelo de medidas polêmicas, Lira age como um maestro tentando harmonizar uma orquestra desafinada. "Tem que ter jogo de cintura", comentou um deputado que pediu para não ser identificado - e não é pra menos.
O que está pegando?
No centro da celeuma, três pontos espinhosos:
- A reforma tributária, que parece um quebra-cabeça com peças faltando
- O novo arcabouço fiscal, tratado como "a bola da vez"
- E aquela velha discussão sobre a autonomia do Banco Central
"É muita areia pro caminhãozinho da política brasileira", resmungou um assessor parlamentar entre um cafezinho e outro. E não é que ele tem razão?
O xadrez político
Enquanto isso, no Senado, Rodrigo Pacheco assiste aos movimentos com aquele olhar de quem sabe que o jogo é longo. As relações entre as duas casas? Bem... digamos que estão mais para "casa da sogra" do que para harmonia conjugal.
O que me faz pensar: será que essa reunião vai ser o empurrão que faltava ou só mais um capítulo na novela "Brasil: País do Jeitinho Legislativo"? Só o tempo - e talvez umas doses extras de paciência - dirão.
Uma coisa é certa: nesse tabuleiro de xadrez político, cada peça se move com calculismo digno de enxadrista profissional. E nós, meros espectadores, ficamos torcendo para que o jogo não vire um dominó de crises.