
Numa fala que mistura firmeza e um certo tom de provocação, o presidente Lula deixou claro que o Brasil não vai abrir mão do controle sobre seus minerais estratégicos. 'Isso aqui é nosso, ninguém põe a mão', disparou, num evento que reuniu empresários e autoridades em Brasília.
O recado — direto e sem rodeios — parece mirar especialmente os Estados Unidos, que nos últimos meses demonstraram... digamos, um interesse acima da média por nióbio, terras-raras e outros metais essenciais para a indústria de alta tecnologia.
O que está em jogo?
Não é segredo: quem controla esses recursos hoje dita as regras do jogo amanhã. De celulares a turbinas eólicas, passando por sistemas de defesa — a lista de aplicações é enorme. E o Brasil? Bem, temos uma das maiores reservas do planeta, o que nos coloca no centro dessa briga global.
Mas calma lá! Antes que alguém pense em neocolonialismo disfarçado, Lula foi enfático: 'Não somos quintal de ninguém'. A frase, dita com aquela mistura típica de indignação e ironia, ecoou entre os presentes.
Os números por trás da polêmica
- 97% das reservas mundiais de nióbio estão em solo brasileiro
- O país detém cerca de 22% das reservas globais de terras-raras
- Só em 2024, a demanda por esses minerais cresceu 35% no mercado internacional
Não à toa, os olhos do mundo se voltam para cá. Mas será que estamos preparados para esse jogo de xadrez geopolítico? Lula parece acreditar que sim. 'Temos tecnologia, temos mão de obra qualificada, e acima de tudo, temos soberania', afirmou, num tom que alternava entre o professoral e o desafiador.
Nos bastidores, o clima é de cautela. Especialistas ouvidos pelo G1 lembram que, em 2023, os EUA tentaram incluir o tema em acordos bilaterais — sem sucesso. Agora, com as eleições americanas se aproximando, a pressão pode aumentar. 'Eles precisam desses minerais para sua transição energética, e o relógio está correndo', comenta um analista que preferiu não se identificar.
Enquanto isso, no Planalto, a postura é de que o Brasil deve — e vai — industrializar esses recursos antes de exportar. 'Não queremos ser apenas fornecedores de matéria-prima', resumiu um assessor presidencial, entre um gole de café e outro. A mensagem parece clara: o jogo mudou, e as regras também.