Lula promete radicalizar posições: "Serei cada vez mais esquerdista e socialista para transformar o Brasil"
Lula promete ser "cada vez mais esquerdista" para mudar Brasil

Numa fala que pegou até os mais atentos de surpresa, o presidente Lula soltou o verbo nesta terça-feira (6): "Quero que todo mundo entenda uma coisa — não tô aqui pra fazer média. Vou radicalizar, sim. Cada dia mais esquerdista, mais socialista, porque é assim que a gente muda a vida do povo".

O tom, desses que fazem aliados sorrirem e opositores torcerem o nariz, veio durante um evento em Brasília. E não foi só fogo de palha — o presidente detalhou o que chama de "aceleração transformadora".

O que significa "ser mais esquerdista" na prática?

Pra quem tá se perguntando se isso é só retórica (e olha, tem uns por aí duvidando), Lula foi categórico:

  • Fortalecimento imediato de programas sociais (o Bolsa Família 2.0 seria só o começo)
  • "Não vamos pedir licença pra taxar quem tem muito" — alfinetada direta a discussões sobre tributação de grandes fortunas
  • Controle estatal sobre setores estratégicos, com menção velada ao petróleo e energia

"Tem gente que acha que socialismo é palavrão. Eu acho é receita pra consertar o que tá quebrado", disparou, num daqueles momentos em que até os assessores mais próximos ficam na dúvida se vão aplaudir ou segurar a respiração.

Os números (e as polêmicas) por trás do discurso

O palácio do Planalto garante que as tais "entregas" já estão rolando:

  1. Quase 20 milhões de famílias no Bolsa Família redesenhado
  2. Reajustes acima da inflação no salário mínimo (mas aí já tem economista torcendo o nariz)
  3. Retomada de obras paradas — embora alguns Estados ainda reclamem do ritmo

O problema? Bom, como diria meu avô, "de boas intenções o inferno tá cheio". A oposição já soltou os cachorros, chamando o discurso de "fantasia retrógrada". Até dentro da base aliada tem quem cochiche que "radicalismo" pode ser tiro no pé em ano que vem tem eleição municipal no horizonte.

"Não tô preocupado com pesquisa, tô preocupado é com o povo comer três vezes por dia" — essa foi a resposta do presidente quando questionado sobre riscos políticos. Dito assim, até parece simples. Mas Brasília, como sempre, é um tabuleiro de xadrez onde cada peça mexe três outras.

E o mercado? Como reagiu?

Ah, o dólar deu aquela puladinha característica — coisa de 0,5% após o discurso. Nada que assuste muito (ainda), mas o suficiente pra lembrar que, no jogo econômico, palavras pesam tanto quanto ações.

O que fica claro é que Lula escolheu seu terreno. E avisou: não vai pisar no freio. Resta saber se o Brasil todo tá no mesmo carro — ou se parte dele já tá olhando pro próximo ônibus que passar.