Lula e a diplomacia do boteco: como o tom informal atrapalhou negociações nos EUA
Lula e a diplomacia do boteco: como o tom informal atrapalhou

Não é segredo que o presidente Lula tem um jeito único de se comunicar — aquela mistura de mineirice com retórica de boteco que, convenhamos, nem sempre cai bem em cenários diplomáticos. E foi exatamente isso que aconteceu durante sua recente viagem aos Estados Unidos.

Segundo fontes próximas às negociações, o tom informal — cheio de bordões e piadas que fariam sucesso numa mesa de bar — teria deixado os americanos com a pulga atrás da orelha. "Não era o momento", comentou um assessor sob condição de anonimato.

O que deu errado?

Em vez do protocolo esperado, Lula optou por:

  • Comparar complexas relações comerciais a "troca de figurinhas"
  • Brincar sobre "fazer churrasco" com Biden enquanto discutiam acordos bilionários
  • Usar expressões regionais que exigiam tradução literal

Resultado? Vários diplomatas americanos teriam ficado com aquela cara de "não entendi a piada". E pior: alguns pontos cruciais da pauta simplesmente não avançaram.

O outro lado da moeda

É claro que há quem defenda o estilo do presidente. "Ele humaniza o discurso político", argumenta uma fonte do Planalto. Mas mesmo aliados admitem: quando o assunto é geopolítica, talvez valha a pena deixar o papo de buteco para depois — muito depois — das reuniões oficiais.

O fato é que, enquanto Lula fazia gracinhas, China e União Europeia avançavam em acordos com os EUA. Coincidência? Difícil dizer. Mas uma coisa é certa: na próxima viagem, o Itamaraty deve insistir num roteiro mais... digamos, diplomático.