
Não deu outra. Lula, com aquele jeito que só ele tem, soltou mais uma das suas farpas contra o tal do 'tarifaço' – e dessa vez foi em pleno lançamento de um programa pra melhorar comunidades em São Paulo. O presidente, que nunca foi de ficar calado quando o assunto é preço alto, deixou claro que não tá nem um pouco satisfeito com os reajustes que estão tirando o sono do brasileiro.
E olha que o evento em si era pra ser comemorativo: o governo federal anunciou um pacote de urbanização pra áreas carentes da capital paulista. Mas, entre um detalhe técnico e outro sobre infraestrutura, Lula não resistiu. "Não tem cabimento", disparou, referindo-se aos aumentos que, segundo ele, pesam no bolso de quem já vive no limite.
O programa que promete mudar a cara das periferias
O tal projeto, que vai injetar milhões em saneamento, moradia e mobilidade urbana, tem tudo pra ser um divisor de águas – se sair do papel, claro. A região escolhida pra estrear a iniciativa não foi por acaso: é justamente onde o custo de vida vem apertando mais. Ironia? Talvez.
Enquanto técnicos explicavam sobre redes de esgoto e pavimentação, o presidente soltou:
"Não adianta a gente melhorar a rua se o povo não tem dinheiro nem pra passagem de ônibus". Frase que rendeu aplausos e alguns olhares preocupados da equipe econômica.
O elefante na sala: a briga pelo bolso do trabalhador
Pra quem tá de fora, pode parecer só mais um discurso. Mas quem acompanha o jogo político sabe: cada crítica dessas é um capítulo numa novela que não acaba mais. De um lado, o Planalto pressionando por alívio nas contas; do outro, as realidades fiscais que não batem com os discursos.
E São Paulo, com sua mistura explosiva de desigualdade e centralidade política, virou palco perfeito pra esse duelo. Nas comunidades que receberão as obras, a reação foi dividida:
- "Melhoraram minha rua, mas e o gás que dobrou de preço?" – Maria, dona de casa
- "Prefiro calçada nova do que promessa velha" – Carlos, motoboy
- "Cadê o Lula quando a conta de luz chega?" – Roberta, comerciante
O fato é que, independente das polêmicas, o programa de urbanização segue – pelo menos no papel. Resta saber se, quando as máquinas chegarem de fato, o assunto tarifas ainda vai estar esquentando os ânimos políticos. Ou se, como tantos outros debates, vai acabar engavetado pela próxima crise da semana.