Numa declaração que pegou muitos de surpresa — mas não todos —, Eduardo Leite soltou o verbo sobre quem, de fato, seguraria a batata quente das tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil. E adivinha só? O dedo apontou direto para a família Bolsonaro.
Segundo o governador gaúcho, o ex-presidente e seus aliados teriam dado corda para as medidas protecionistas americanas com aquela velha retórica de "nós contra eles". Coisa que, convenhamos, nunca deu certo em lugar nenhum do mundo.
O estrago que ficou
Não é segredo pra ninguém que o Brasil levou um tombo nas exportações agrícolas por causa dessas tarifas. Mas o que Leite trouxe de novo foi a conexão direta entre o discurso bolsonarista e a justificativa usada por Trump para apertar o cerco.
"Quando você fica batendo boca com seus principais parceiros comerciais, o que espera?", questionou o governador, com aquela cara de "eu avisei".
- Soja: queda de 12% nas exportações para os EUA em 2022
- Carne bovina: tarifa extra de 20% cortou negócios pela metade
- Aço: setor ainda tenta se recuperar dos impactos
E olha que o pior nem foi o prejuízo imediato. O que dói até hoje é a perda de mercados que o Brasil levou anos para conquistar — alguns compradores simplesmente migraram para outros fornecedores e nunca mais voltaram.
E agora, José?
Enquanto a turma do "mito" continua batendo no mesmo tambor, Leite defende uma abordagem diferente: menos bravata e mais diplomacia. "Tem que saber quando falar e, principalmente, quando calar", disparou, numa clara alusão aos tuítes inflamados do ex-presidente.
Mas será que o recado vai pegar? Considerando que estamos em ano eleitoral e que o bolsonarismo ainda respira forte em certos círculos, a coisa promete esquentar. E muito.
Uma coisa é certa: o preço do populismo econômico acabou saindo mais caro do que muitos imaginavam. E quem paga a conta, como sempre, é o Zé povão.
