
Numa jogada que pegou muita gente de surpresa — mas que, convenhamos, não deveria —, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, decidiu entrar no ringue político para defender ninguém menos que o ministro Alexandre de Moraes. E olha que o timing não poderia ser mais quente: logo após os Estados Unidos anunciarem sanções contra o magistrado.
"É um cidadão brasileiro", disparou Leite, com aquela firmeza típica de quem não está nem aí para polêmicas. O recado? Claro como água: soberania nacional acima de tudo, mesmo quando as opiniões divergem.
O xadrez geopolítico
Enquanto uns comemoravam a medida americana como se fosse gol do time no último minuto, Leite preferiu o caminho menos óbvio. Pra ele, a história é outra: "Temos instituições fortes e um Judiciário independente". Dito isso, ainda soltou uma indireta daquelas: "Não cabe a outros países interferirem em nossas questões internas".
E não pense que foi só discurso bonito. O governador gaúcho — que já teve seus atritos com Moraes, diga-se — fez questão de ressaltar: "Podemos criticar, mas dentro das regras do jogo democrático". Alguém duvida que essa fala vai ecoar nos corredores do Planalto?
Entre linhas tortas
O que mais chama atenção nesse episódio todo é o timing. Num momento em que o governo federal parece dançar conforme a música internacional, Leite resolve puxar o freio de mão. Será estratégia eleitoral? Defesa principista? Ou só mais um capítulo dessa novela que ninguém consegue desgrudar os olhos?
Uma coisa é certa: enquanto os ânimos se acirram lá fora, aqui dentro o governador do RS preferiu jogar a carta da moderação. Resta saber se essa postura vai colar — ou se vai virar munição para os dois lados dessa briga que parece longe de acabar.