
Não foi um dia qualquer no Congresso Nacional. Na quarta-feira (6), enquanto os debates esquentavam no plenário, uma cena inusitada roubou a atenção: a deputada federal Marina Rocha (PSB-PE) entrou na sala com seu filho de apenas 4 meses no colo, durante uma ocupação da oposição.
— Eu não tinha com quem deixar o Pedro — justificou a parlamentar, entre um discurso e outro, enquanto amamentava o pequeno. A cena, que misturava maternidade e ativismo político, rapidamente viralizou.
Reações acaloradas
De um lado, colegas de bancada aplaudiram o que chamaram de "ato de coragem". Do outro, críticos não pouparam palavras:
- "Isso é irresponsabilidade!" — disparou um deputado governista
- "O plenário virou berçário?" — ironizou outro
Nas redes, a discussão foi ainda mais acirrada. Enquanto algumas mães defendiam o direito de conciliar maternidade e trabalho, outros questionavam o uso da criança como "instrumento político".
O que diz o regimento?
O artigo 242 do Regimento Interno da Câmara é claro: "É proibida a entrada de menores de 12 anos no plenário". Mas há uma brecha — a mesma norma permite exceções "mediante autorização expressa do presidente".
E foi justamente isso que aconteceu. O pequeno Pedro teve entrada liberada após um rápido diálogo entre a deputada e a mesa diretora. "Foi uma decisão humanizada", defendeu um assessor.
Enquanto isso, nos corredores do Congresso, o burburinho continuava. Alguns servidores mais antigos diziam nunca ter visto nada parecido em 30 anos de casa. Outros, mais jovens, comemoravam: "Finalmente a política se aproxima da vida real".
Uma coisa é certa: a imagem da deputada amamentando durante a sessão turbulenta dificilmente será esquecida — e reacendeu um debate necessário sobre maternidade, política e os desafios de conciliar as duas coisas no Brasil de 2025.