Danilo Cabral deixa o comando da Sudene: o que isso significa para o Nordeste?
Danilo Cabral deixa comando da Sudene

Eis que o tabuleiro político do Nordeste ganha um novo movimento — e não é dos mais discretos. Danilo Cabral, aquele mesmo que há quase dois anos assumiu as rédeas da Sudene com promessas de ventos favoráveis para a região, resolveu passar o bastão. Sim, o pernambucano anunciou nesta segunda-feira (5) que está saindo do comando da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste.

Quem acompanha o jogo político sabe: quando um peão importante muda de casa, sempre tem história por trás. E desta vez não é diferente. Cabral, que tem trajetória marcada no PSB, não chegou a detalhar os motivos da decisão — daquelas saídas que deixam mais perguntas que respostas. Mas arrisco um palpite: deve ter alguma relação com o xadrez partidário que vem se desenhando para 2026.

O legado e os desafios

Durante seu período à frente da Sudene, o ex-deputado federal — vamos combinar — enfrentou tempestades. De um lado, os eternos gargalos de verbas federais; de outro, a pressão por resultados em uma região que precisa correr contra o tempo para reduzir desigualdades históricas. Mas convenhamos: ele não ficou parado.

  • Aprovou projetos de infraestrutura estratégicos (alguns emperrados há anos)
  • Ampliou o diálogo com governadores — coisa que nem sempre foi fácil
  • Tentou modernizar a máquina, embora a burocracia seja dura de roer

Não foi um mar de rosas, claro. Críticos apontam lentidão em ações concretas, especialmente no semiárido. Mas será justo jogar a culpa toda no colo dele? Difícil responder sem conhecer os meandros dos orçamentos e das brigas ministeriais.

E agora, José?

O anúncio pegou muitos de surpresa — afinal, estamos a menos de um ano e meio das eleições municipais. O timing, como dizem os estrategistas, é tudo. Alguns especulam que Cabral pode estar se reposicionando para algo maior (prefeitura do Recife, quem sabe?). Outros acham que é apenas o cansaço natural de quem enfrenta a máquina pública brasileira.

Enquanto isso, a Sudene fica naquele limbo — aquela sensação de "e agora?". Quem assumirá o posto? Manterá o rumo ou virará o leme? Perguntas que só o tempo (e os bastidores de Brasília) responderão.

Uma coisa é certa: o Nordeste merece mais que notícias de trocas de comando. Merece ações que transformem de fato a vida de seus 57 milhões de habitantes. Resta saber se essa mudança trará novos ares ou será apenas mais um capítulo na longa novela do desenvolvimento regional.