Não é todo dia que se vê os corredores do Congresso Nacional tão vazios — e ao mesmo tempo tão carregados de eletricidade. A desocupação dos plenários, que parecia trazer um suspiro de alívio, na verdade só escancarou as rachaduras no diálogo político. Quem esperava normalidade, pode tirar o cavalinho da chuva.
"É como se tivéssemos apagado o incêndio, mas o cheiro de queimado ainda enche o ar", comenta um assessor parlamentar que prefere não se identificar (óbvio, né?). Os ânimos continuam exaltados, e os bastidores fervilham com especulações — algumas mais absurdas que roteiro de novela das nove.
O que sobrou da tempestade
Depois daquela semana que parecia não acabar nunca, com protestos e ocupações que paralisaram parte do trabalho legislativo, o saldo é amargo:
- Líderes partidários trocando farpas como se estivessem em rinha de galo
- Projetos importantes emperrados na esteira da crise
- Um clima de "cada um por si" que deixaria até os pioneiros do faroeste com vergonha
E olha que a gente nem chegou na parte das reuniões de emergência que mais pareciam terapia de grupo mal-sucedida. "Foi como tentar montar um quebra-cabeça com peças de jogos diferentes", resumiu uma deputada, esgotada.
E agora, José?
Enquanto isso, nas redes sociais, a polarização segue firme e forte — porque no Brasil atual, até notícia do tempo vira briga política. Especialistas (aqueles de verdade, não os de Twitter) alertam: sem um mínimo de bom senso, a situação pode descarrilar de vez.
"Temos dois caminhos", analisa um cientista político que já perdeu as contas de quantas crises testemunhou. "Ou aprendemos a conversar como adultos, ou vamos afundar juntos no mesmo barco furado."
Enquanto isso, Brasília respira — mas com aquele cuidado de quem pisa em ovos. A cidade, acostumada a turbulências políticas, parece perguntar: será que dessa vez a poeira vai baixar, ou é só o intervalo entre um ato e outro desse drama sem fim?
