
Não foi por acaso — muito menos obra do destino. O ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento Social, foi enfático ao creditar a saída do Brasil do Mapa da Fome a uma série de medidas tomadas nos últimos anos. "Isso aqui é fruto de escolhas", disparou, com a convicção de quem acompanhou de perto cada passo.
Num tom que misturava alívio e orgulho, o ministro lembrou como o país já esteve em situações bem mais complicadas. Dados da ONU mostram que, entre 2014 e 2022, o Brasil viu a fome crescer de forma assustadora — quase 70 milhões de pessoas sem saber se teriam o próximo prato de comida. Um cenário desolador.
O que mudou?
Segundo Dias, três fatores foram decisivos:
- Retomada de programas sociais (e não, não foi só o Bolsa Família)
- Aumento real do valor dos benefícios
- Fortalecimento da agricultura familiar
Mas calma lá — antes de comemorar demais, o ministro fez questão de dar um puxão de orelha: "Temos muito chão pela frente. Sair do mapa é uma coisa, manter essa conquista é outra bem diferente". E não é que ele tem razão?
Os números que impressionam
Em 2023, o governo federal realocou mais de R$ 40 bilhões em políticas de combate à fome. Um valor histórico, que supera até mesmo os anos dourados do início dos anos 2000. Resultado? Quase 20 milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza nos últimos 12 meses.
Não é magia — é gestão pública funcionando. Ou pelo menos tentando, como bem lembrou um assessor do ministério, que pediu para não ser identificado: "A gente erra, acerta, mas o importante é não desistir".