
O Brasil acaba de assumir a presidência pro tempore do Mercosul em um momento crucial para o bloco econômico. A principal missão do país será destravar as negociações do acordo comercial com a União Europeia, que está paralisado há mais de cinco anos.
O desafio diplomático
Analistas consideram este um dos maiores desafios diplomáticos do governo brasileiro no cenário internacional. O acordo, que promete criar a maior zona de livre comércio do mundo, enfrenta resistências de ambos os lados:
- Exigências ambientais da UE consideradas excessivas pelo Mercosul
- Protecionismo agrícola europeu
- Preocupações com a indústria local nos países do bloco sul-americano
Próximos passos
O governo brasileiro já sinalizou que priorizará:
- Retomada das negociações técnicas ainda em julho
- Diálogo com setores produtivos para alinhar posições
- Busca por flexibilização nas exigências ambientais
- Preparação para a cúpula Mercosul-UE marcada para outubro
Especialistas em comércio exterior afirmam que um acordo seria benéfico para ambos os blocos, podendo incrementar o PIB brasileiro em até 1,5% em dez anos e abrir mercados importantes para produtos europeus.
Cenário político complexo
A presidência brasileira ocorre em um momento de tensões internas no Mercosul, com divergências entre os países membros sobre o rumo do bloco. Enquanto Brasil e Argentina defendem maior flexibilidade, Uruguai e Paraguai pressionam por abertura comercial unilateral.
"Esta será uma prova de fogo para a capacidade de liderança regional do Brasil", avalia um diplomata europeu que acompanha as negociações.