
O clima na Câmara dos Deputados está mais tenso do que torcedor de time pequeno em final de campeonato. Desde segunda-feira, os bolsonaristas – aqueles que ainda não engoliram a derrota de 2022 – transformaram o plenário num verdadeiro campo de batalha. E olha que não é exagero: sem acordo com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), a turma do "mito" segue travando tudo que aparece pela frente.
Parece brincadeira, mas é sério. A obstrução começou depois que Lira recusou uma reunião com os aliados do ex-presidente. Resultado? Pautas importantes, como a MP dos Portos, viraram reféns desse cabo-de-guerra político. "É birra ou estratégia?", pergunta um deputado governista, que prefere não se identificar.
O jogo de poder por trás do caos
Não é de hoje que essa galera faz barulho. Mas desta vez a coisa pegou fogo. Segundo fontes do centrão, os bolsonaristas querem pressionar por espaço na mesa diretora e mais influência nas comissões. Só que Lira, esperto como raposa velha, não parece disposto a ceder.
O que está em jogo?
- A votação da reforma tributária, que já está atrasada
- Projetos do governo Lula para a área econômica
- A própria governabilidade no Legislativo
Um assessor parlamentar, sob condição de anonimato, soltou a pérola: "Aqui tá parecendo aquela briga de família no Natal – todo mundo grita, ninguém se entende, e no final sobra pra quem tentou fazer a paz".
E agora, quem poderá nos defender?
Enquanto isso, o Planalto assiste à baderna com uma mistura de preocupação e frustração. Ministros já admitem, entre dentes, que podem ter subestimado a capacidade de fogo da oposição bolsonarista. "Eles aprenderam a jogar sujo com o mestre", comenta um aliado do governo, referindo-se às táticas de obstrução que Lira mesmo ensinou nos últimos anos.
O que me deixa pensando: será que alguém vai ceder antes que o país inteiro pague o pato? Porque no ritmo que vai, até o Carnaval do ano que vem a gente ainda vai estar nessa novela. E olha que nem começaram os capítulos mais emocionantes...
Uma coisa é certa – como dizia meu avô, "quando elefantes brigam, o chão que se cuide". E o chão da política brasileira está cheio de rachaduras.