Que confusão! A Câmara dos Deputados parecia mais um campo de batalha do que a casa do povo brasileiro nesta quarta-feira. Um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro transformou o plenário num circo de horrores – gritos, vaias, provocações. Nem o velho truque da campainha funcionou para acalmar a barulheira.
O presidente da Casa, Arthur Lira, teve que botar o pé no chão. E olha que ele não é exatamente conhecido por ser um pacificador. "Ou vocês se comportam, ou eu encerro esta sessão agora mesmo!", ameaçou, com aquela cara de poucos amigos que só ele sabe fazer.
O estrago já estava feito
Enquanto isso, o deputado José Guimarães (PT-CE) tentava, em vão, conduzir a sessão. Dá pra imaginar? O cara falando e uma turba ensandecida fazendo o maior barulho. Parecia torcida organizada em dia de clássico, não o parlamento da maior democracia da América Latina.
E não foi só isso não. O deputado André Fernandes (PL-CE), da turma do Bolsonaro, ainda deu uma de justiceiro. Pegou o microfone e soltou: "Isso aqui é um absurdo! Querem calar a oposição!". Ironia das grossas, considerando que eram justamente os aliados dele que estavam arruaceiros.
Depois da tempestade, a bonança?
Só quando o sol já estava se pondo – literalmente – é que as coisas começaram a entrar nos eixos. Motta (Republicanos-SP), que estava no comando, finalmente conseguiu abrir os trabalhos. Mas aí já era tarde demais. O estrago político já estava feito.
Os mais experientes no Congresso dizem que nunca viram coisa igual. Nem nos tempos mais turbulentos da crise do impeachment. "Isso aqui tá virando terra de ninguém", resmungou um deputado veterano, preferindo não se identificar. E olha que esse cara já viu de tudo nesse parlamento.
No final das contas, a pergunta que fica é: até quando a política brasileira vai continuar nesse clima de guerra civil? Se depender do que aconteceu hoje na Câmara, o futuro não parece muito animador. Ou será que estou exagerando?
