Turbulência na Câmara: Protesto dos Amordaçados vira arena de bate-boca e quase termina em pancadaria
Bate-boca e ameaça de briga na Câmara durante protesto

Não foi preciso muito para aquele plenário virar um verdadeiro barril de pólvora. O que começou como um protesto simbólico contra a censura — com deputados exibindo faixas e fitas cobrindo a boca — rapidamente degenerou num espetáculo de gritaria e quase-agressões que lembrava mais um reality show do que casa legislativa.

"Isso aqui tá virando circo!" berrou um parlamentar, o rosto vermelho como pimenta malagueta, enquanto segurava o paletó de um colega como se fosse puxar o cara pra cima. Dois seguranças precisaram intervir antes que as coisas fugissem totalmente do controle.

O estopim da confusão

Tudo começou com aquele clima pesado que já se sentia no ar desde a manhã. O grupo dos "amordaçados" — uns 20 deputados de oposição — tentou ocupar o centro do plenário com cartazes onde se lia "Mordaça Nunca Mais". Até aí, normal nos trâmites daquela casa.

O problema foi quando o deputado Carlos Alberto (PL-RJ) resolveu fazer gracinha: "Cadê a fita pra amordaçar o pessoal que fala demais?" soltou, num tom que não deixava claro se era piada ou provocação. Não deu outra — a bancada adversária reagiu como se tivesse levado um chute no estômago.

Em segundos, o plenário virou:

  • De um lado, os defensores do protesto, chamando o comentário de "covarde"
  • Do outro, os críticos da manifestação, acusando os colegas de "vitimismo barato"
  • No meio, os tentando apaziguar os ânimos — sem muito sucesso

O momento mais tenso

Pra quem achava que ia ficar só no bate-boca, eis que surge a cena mais surreal: o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) avançou na direção do colega com os punhos cerrados, só parando quando um assessor literalmente se jogou entre os dois. "Você não sabe com quem tá falando!" ouviu-se em meio ao burburinho.

Numa dessas coincidências que só acontecem na política, o microfone do plenário captou sem querer a ameaça mais criativa do dia: "Se fosse na rua, a gente resolvia isso rápido". Difícil dizer se era bravata ou promessa.

E o protesto original?

Ah sim, quase esqueceram do motivo inicial daquela zona toda. O tal ato dos "amordaçados" — que deveria denunciar supostas tentativas de calar a oposição — acabou ofuscado pela própria gritaria que gerou. Ironia? Sem dúvida.

No final, o que ficou foi a imagem de uma Câmara que parece ter esquecido como debater ideias sem partir pra agressão pessoal. Como diria aquele velho ditado: quando o assunto é política brasileira, expectativa é uma coisa, realidade é outra completamente diferente.