
O clima nos corredores do poder é de uma expectativa que beira a ansiedade. Não é pra menos. Os aliados do governo, aqueles que defendem a administração com unhas e dentes, estão torcendo – e muito – para que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, dê uma guinada estratégica. O desejo? Simples, mas crucial: que ele esqueça, de uma vez por todas, a famigerada pauta da anistia a multas ambientais.
Parece que a ficha caiu. A percepção geral é que insistir nesse tema é cavar um buraco ainda mais fundo em termos de imagem. É como enxugar gelo, só que com o agravante de irritar ainda mais a opinião pública e a comunidade internacional, que já olha com desconfiança para as políticas ambientais do país.
O Jogo de Cena por Trás dos Panos
A estratégia dos governistas é clara como água: é hora de emplacar uma pauta positiva. Algo que mostre ação, resultado, um avanço concreto. Eles sabem, no fundo, que o desgaste provocado pela discussão da anistia é um tiro no pé. Um tiro que pode acertar em cheio a já combalida popularidade do governo.
O que se espera, então? Que Salles coloque na mesa projetos que possam ser vendidos como vitórias. Alinhar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental – essa é a narrativa que tentam, a todo custo, construir. Mas será que vai colar? A impressão que fica é a de um malabarista tentando equilibrar too many balls at once.
E Agora, José?
A grande interrogação paira no ar: o ministro vai ceder à pressão dos aliados ou vai continuar batendo na mesma tecla? Os próximos movimentos de Salles são aguardados com um misto de esperança e apreensão. De um lado, a pressão por uma agenda construtiva; do outro, ideias que, francamente, parecem ter nascido fadadas ao fracasso.
Uma coisa é certa: o Planalto não aguenta mais uma crise. A busca por uma pauta positiva não é só uma questão de estratégia política, é quase uma questão de sobrevivência. O tempo dirá se o ministro vai ler os sinais ou se vai preferir nadar contra a maré. Enquanto isso, o suspense continua.