Não foi um sábado qualquer no Triângulo Mineiro. Longe disso. Enquanto muita gente aproveitava o fim de semana para descansar, centenas de vozes se ergueram, furiosas, no coração de Uberlândia e Uberaba. O motivo? Uma bomba política que está prestes a explodir em Brasília: a famigerada PEC da Blindagem e Anistia.
Parece coisa de filme, mas é a mais pura realidade. A proposta, que avança a passos largos no Congresso, basicamente daria um salvo-conduto para figuras públicas envolvidas em... bem, você sabe. Aquelas coisinhas que envergonham qualquer nação. E o povo mineiro, aquele mesmo conhecido pela paz, simplesmente não engoliu.
Uberlândia: O Palco da Resistência
Na Praça Tubal Vilela, o clima era de indignação pura. Não foi uma passeata bonitinha para photos no Instagram. Foi um protesto visceral, daqueles que arrepiam. Professores, estudantes, advogados, gente comum de todos os cantos – todos unidos por um só sentimento: o nojo à ideia de perdoar crimes de responsabilidade fiscal.
“É um acinte! Um verdadeiro tapa na cara da sociedade que paga seus impostos direito”, gritava uma senhora, segurando uma placa com as mãos trêmulas de tanto fervor. E ela não estava sozinha. O coro era unânime.
E Do Outro Lado, Uberaba Não Ficou Para Trás
Enquanto isso, na vizinha Uberaba, a história se repetia. Na Avenida Leopoldino de Oliveira, a multidão ecoava o mesmo descontentamento. A palavra “impeachment” pairava no ar, sussurrada como um aviso, um lembrete do que acontece quando as instituições são pressionadas.
Organizado por um frente ampla de entidades – sindicatos, associações estudantis, o pessoal da OAB – o ato mostrou que a mobilização popular ainda é a maior arma contra decisões tomadas nos gabinetes com ar condicionado.
O que está em jogo, afinal?
Bom, resumindo de forma bem clara: a PEC 45/2024, como é formalmente conhecida, quer criar uma espécie de escudo protetor para agentes públicos. Isso significa que processos por desvios de conduta fiscal poderiam ser simplesmente... varridos para debaixo do tapete. Uma anistia geral e irrestrita.
Imagine trabalhar a vida toda, pagando tudo em dia, e ver alguém que desviou milhões sendo perdoado por uma canetada? A sensação é de revolta. E foi exatamente essa revolta que tomou as ruas.
O recado das ruas do Triângulo Mineiro foi cristalino e direto para os parlamentares: “Nós estamos de olho”. Em um país ainda se recuperando de tantos escândalos, a população parece ter esgotado sua paciência com acordos nos bastidores.
O sábado foi histórico. E o mais importante? mostrou que a voz do povo, quando unida, ainda é capaz de fazer muito barulho. Resta saber se em Brasília vão preferir tapar os ouvidos.
