Lula e Trump: Encontro Tenso e as Bombas que Podem Explodir no Colo do Planalto
Lula, Trump e as bombas que ameaçam o Planalto

O clima em Brasília, digo, no Planalto, é de um nervosismo quase palpável. E não é para menos. Enquanto Lula se prepara para esse encontro cara a cara com Donald Trump em Washington – uma reunião que promete mais faíscas do que um fio desencapado –, duas bombas-relógio fiscais tiquetaquiam aqui no Brasil. Uma delas, a tal da anistia de R$ 95 bilhões para dívidas de empresas, é daquelas que pode fazer o governo tremer nas bases.

Parece coisa de filme de espionagem, mas é a pura realidade. O presidente embarca para os EUA com a corda no pescoço. De um lado, a pressão internacional, com um Trump imprevisível como sempre. Do outro, uma encrenca doméstica que beira o surreal. A Advocacia-Geral da União (AGU) simplesmente soltou um parecer que pode dar um perdão bilionário para uma galera que deve aos cofres públicos. Só de pensar no buraco que isso abre no Orçamento, dá calafrios.

O Xadrez da Anistia e o Caldeirão Político

O negócio é sério, viu? Estamos falando de quase cem bilhões de reais. Uma fortuna que some do erário num piscar de olhos. E o pior: a manobra pegou todo mundo de surpresa, até os aliados mais próximos do governo no Congresso. Tem deputado e senador com a pulga atrás da orelha, questionando a legalidade dessa jogada. Será que a AGU ultrapassou seus limites? A discussão esquenta os corredores do poder.

E não para por aí. Enquanto isso, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem – aquela que quer proteger o presidente de certas encrencas judiciais – também enfrenta ventos contrários. A oposição cheira sangue na água e se prepara para um embate ferrenho. O placar no Congresso está longe de ser uma vitória garantida para o Planalto. É uma partida de xadrez onde cada movimento pode ser fatal.

E o Trump com Isso?

Boa pergunta. O encontro com o ex-presidente americano, uma figura que nunca foi muito de seguir o roteiro, joga uma capa de incerteza sobre tudo. Lula precisa projetar força e estabilidade lá fora, mas como fazer isso quando a casa está prestes a pegar fogo? Qualquer sinal de fraqueza interno é combustível para os críticos. É como malabarizar pratos com uma mão amarrada nas costas.

Os assessores mais próximos tentam minimizar, é claro. Dizem que são "questões separadas". Mas quem entende de política sabe que tudo está conectado. A imagem de um governo no controle é seu bem mais valioso no cenário internacional. E essa imagem, convenhamos, está um pouco arranhada.

O fato é que as próximas semanas serão decisivas. O resultado desse duplo desafio – a anistia controversa e a batalha pela PEC – vai definir o tom do resto do mandato. O Planalto joga uma partida de alto risco. E o tabuleiro é todo o país.