
O que não aparece por aí, né? Dessa vez, a criatividade maldosa dos criadores de fake news atingiu um patamar assustadoramente tecnológico. Um áudio, que supostamente traria William Bonner em um desabafo totalmente inverídico, viralizou em grupos de WhatsApp e outras redes sociais.
Nele, uma voz que imita – mas falha grotescamente em copiar – a cadência conhecida do âncora da Globo, solta uma série de absurdos. A tal 'gravação' chega ao cúmulo de afirmar que o jornalista teria ajudado a eleger o presidente Lula e a combater o bolsonarismo. Sério mesmo? Parece roteiro de filme B de má qualidade.
O Fato ou Fake, time de verificação da Globo, pegou pesado na investigação. E o veredito não poderia ser outro: É FAKE, com todas as letras. A análise técnica não deixa margem para dúvidas – aquele áudio é uma montagem grosseira, produzida por ferramentas de IA que simulam vozes humanas. Um trabalho de detetive digital que expôs mais uma tentativa patética de enganar o público.
Como esses áudios falsos são criados?
A tecnologia, infelizmente, está aí para isso também. Com apenas alguns minutos de gravação da voz de alguém famoso, algoritmos sofisticados conseguem gerar falas completamente inventadas. Soa real? Para um ouvido desatento, até que sim. Mas especialistas apontam falhas gritantes: uma entonação robótica, pausas que não existem no padrão de fala natural e até uma respiração… inexistente.
É um daqueles casos que assustam. A gente fica pensando: até onde vai essa paranoia? A desinformação agora veste um paletó tecnológico, mas a intenção é a mesma de sempre: semear a confusão e erodir a confiança em tudo e em todos.
Fique esperto! Dicas para não cair nesse golpe
- Desconfie de conteúdos bombásticos compartilhados em grupos fechados, sem fonte clara. Jornalismo sério não funciona na surdina.
- Cheque a origem. Um áudio desses, se verdadeiro, seria manchete em todos os portais. Não foi.
- Preste atenção nos detalhes. Voz metálica, frases desconexas e ausência de ruído ambiente são bandeiras vermelhas.
- Não compartilhe! Por mais tentador que seja repassar a 'fofoca quente', você está sendo instrumento da fake news.
No fim das contas, a história serve de alerta. Estamos entrando em uma era onde nossos ouvidos – e olhos – já não podem mais acreditar em tudo. O antídoto? Bom senso, fontes confiáveis e uma pitada generosa de ceticismo saudável.