Numa jogada que mistura estratégia e espetáculo, a Rússia decidiu exibir seus músculos bélicos bem quando o mundo achava que as coisas poderiam acalmar. Enquanto diplomatas suam a camisa em salas fechadas tentando costurar um cessar-fogo na Ucrânia, os militares russos resolveram fazer barulho — literalmente — no Oceano Pacífico.
Fogo e ferro no horizonte
Os vídeos que circularam nesta quinta (25) mostram coisas que dariam um ótimo roteiro para filmes de ação: mísseis cortando o céu, navios de guerra desfilando como se fossem donos do mar, e aquela fumaça grossa que só explosões militares sabem produzir. Tudo muito coreografado, quase como um balé — só que com armas que custam milhões.
Não foi um exercício qualquer. As imagens mostram:
- Lançamentos de mísseis de cruzeiro que fariam qualquer satélite ficar de olho
- Manobras conjuntas entre frota e aviação — aquele tipo de coordenação que leva anos para afinar
- Equipamentos de última geração, alguns nunca antes vistos em ação
Timing mais do que suspeito
O que pega mesmo é o momento escolhido. Enquanto isso rolava no Pacífico, em outra ponta do mundo:
- Representantes russos e ucranianos trocavam farpas e propostas em mesas de negociação
- O secretário-geral da ONU fazia apelos por diálogo (como sempre)
- Analistas tentavam decifrar se era demonstração de força ou apenas mais um capítulo daquela velha política do "mostro que posso, mas não digo se vou"
"É como se um lutador começasse a socar o ar enquanto promete paz", comentou um especialista em geopolítica que prefere não se identificar. "A mensagem é clara: temos opções."
O Ministério da Defesa russo, é claro, garante que os exercícios eram rotineiros e já estavam marcados há tempos. Coincidência? O mundo já viu coincidências mais convincentes.
O que fica no ar
Entre um disparo de míssil e outro, algumas perguntas ficam pairando:
- Isso acelera ou atrapalha as negociações?
- Quem realmente está convencido com essas demonstrações — aliados, adversários ou a própria população russa?
- Quanto custa esse teatro de guerra num momento em que a economia global já está de cama?
Enquanto isso, nas redes sociais, os vídeos viralizam — alguns com admiração, outros com horror. Nas ruas de Kiev, moradores assistem às cenas entre a resignação e o velho medo que já virou companheiro diário. E em Moscou? Bom, a narrativa oficial é de que tudo não passa de "preparação para defender a pátria".
O Pacífico, ironicamente, parece tudo menos pacífico nessas imagens. Resta saber se é fogo de palha ou o começo de algo mais quente.
