
Não é todo dia que a gente vê tanques cortando neve como faca quente na manteiga, mas o vídeo que o Ministério da Defesa russo soltou esta semana parece cena de filme de Hollywood — só que real. De repente, lá estão os T-90M rugindo na tundra, enquanto mísseis Iskander fazem aquele estardalhaço que deixa qualquer um de queixo caído.
O que tem de novo nesse desfile virtual?
Diferente dos velhos desfiles na Praça Vermelha, essa produção tem um toque 2.0: drones Orlan-10 fazendo reconhecimento, sistemas de guerra eletrônica Krasukha — aqueles que bagunçam radares inimigos — e até os novíssimos caças Su-57, que os especialistas chamam de "fantasmas" por quase não aparecerem nos radares.
E olha só o detalhe curioso: enquanto o Ocidente discute sanções, os russos mostram equipamentos 100% nacionais. "Autossuficiência ou propaganda?", pergunta o analista militar Carlos Ribeiro, que acompanha o tema há 15 anos. "Tem um pouco dos dois", arrisca.
O timing é tudo
Não é coincidência que o vídeo saiu justo quando:
- A OTAN anuncia novos exercícios na Europa Oriental
- O conflito na Ucrânia completa 18 meses
- O preço do petróleo sobe — principal fonte de receita militar russa
"É linguagem universal", comenta a professora de Relações Internacionais da USP, Ana Beatriz. "Quando as palavras faltam, os tanques falam."
Mas calma lá — antes que alguém pense em Guerra Fria 2.0, vale lembrar que demonstrações assim são quase rotina. Só que... desta vez o nível de detalhe surpreendeu até os céticos. Quem diria que veríamos em close os sistemas de camuflagem térmica dos blindados Armata?
E aí, o que você acha? Mostrar o cartão de visitas militar assim intimida mais do que convence? Ou será só mais um episódio do eterno jogo de xadrez geopolítico?