O sul da Síria virou um barril de pólvora de novo — e dessa vez, a faísca veio de velhas rixas entre beduínos e drusos. Desde ontem, a região tá pegando fogo (literalmente, em alguns pontos) com troca de tiros, incêndios e uma tensão que dá pra cortar com faca.
Não é de hoje que essas duas comunidades tão na bronca. Os drusos, minoria religiosa com uma cultura única, e os beduínos, grupos nômades com tradições milenares, têm uma história cheia de atritos — terra, recursos, influência política... a lista é longa. E agora, parece que o caldeirão transbordou.
O estopim? Difícil dizer
Ninguém sabe ao certo o que botou fogo no pavio dessa vez. Alguns falam de disputa por água (e no deserto, isso é ouro). Outros citam um assassinato não resolvido de semanas atrás. Seja o que for, o resultado tá aí: estradas bloqueadas, comércio parado e medo de que a coisa escale.
— Quando esses grupos brigam, todo mundo perde — me disse um morador de Sweida, que preferiu não se identificar. — A gente já sofreu demais com a guerra, e agora isso?
Os números assustam
- Pelo menos 8 mortos nos últimos dois dias (mas ninguém acredita que seja só isso)
- Dezenas de feridos, muitos em estado grave
- 5 vilarejos completamente evacuados — e ninguém sabe quando voltam
O governo sírio, que normalmente mete o bedelho rápido em qualquer conflito interno, tá estranhamente quieto. Será que tão deixando a coisa esquentar de propósito? Difícil não pensar em teorias da conspiração...
Enquanto isso, os moradores da região tão entre a cruz e a espada. Alguns beduínos que conversei pela internet (sim, a conexão ainda funciona, milagrosamente) falam em "defesa do nosso modo de vida". Já os drusos acusam "invasão de territórios tradicionais".
Uma coisa é certa: com a economia síria já no chão e as sanções internacionais apertando, esse conflito pode ser a gota d'água pra uma região que mal tá se recuperando de uma década de guerra. E o pior? Ninguém parece ter um plano pra apagar esse incêndio.
