
O cenário em Gaza segue tenso — e agora, mais do que nunca, a questão humanitária está no centro do debate. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, fez um apelo direto à Cruz Vermelha: "É urgente que os alimentos cheguem à população". Mas não é simples assim.
Do outro lado, o Hamas não só cobra a abertura de corredores seguros como acusa Israel de "estrangular" a região. E aí? Quem segura esse rojão?
O desespero que fala mais alto
Enquanto os líderes discutem, a realidade em Gaza é de prateleiras vazias e hospitais superlotados. Mulheres e crianças — sempre elas — são as que mais sofrem. Um médico local, em condição anônima, desabafa: "Estamos usando farinha estragada para fazer pão. É isso ou nada".
E os números assustam:
- 87% da população em insegurança alimentar aguda
- 1 em cada 3 crianças com desnutrição visível
- Faltam até analgésicos básicos nos postos de saúde
O jogo político por trás da fome
Netanyahu alega que a ajuda "precisa passar por vistorias rigorosas" — temor de que recursos sejam desviados para grupos armados. Já o Hamas rebate: "Isso é cortina de fumaça para punição coletiva".
E no meio disso tudo? A ONU tenta mediar, mas esbarra na burocracia de ambos os lados. Um diplomata europeu, entre um café e outro, confessou: "Ninguém quer ceder primeiro — é uma partida de xadrez com vidas reais".
Enquanto isso, nas ruas de Gaza, o povo improvisa. Alguns vendem roupas por um punhado de arroz. Outros recorrem a comidas que, em tempos normais, seriam consideradas impróprias. "Quando a fome bate à porta, a dignidade vira luxo", murmura uma senhora enquanto divide uma tigela de sopa rala com três netos.