
O clima entre Tóquio e Washington anda mais gelado que um inverno em Hokkaido. Enquanto o governo Trump parece preferir jogar xadrez com a economia global, o Japão — sempre diplomático, mas com um pé atrás — decidiu cutucar o urso americano.
Nesta semana, fontes do Ministério da Economia japonês revelaram que o país está "profundamente desapontado" com a demora dos EUA em cumprir promessas feitas em 2019. Na época, ambos concordaram em reduzir tarifas para produtos agrícolas nipônicos. Mas adivinhem só? Os americanos continuam cobrando taxas como se nada tivesse sido combinado.
O jogo de poder por trás dos números
Não é só sobre arroz e carne bovina. Especialistas apontam que:
- As exportações japonesas para os EUA caíram 3,8% no último trimestre
- Setores automotivos — o carro-chefe do Japão — sofrem com tarifas de até 25%
- O déficit comercial americano com o Japão subiu para US$ 6,9 bilhões
"É como assistir a um filme ruim pela segunda vez", comentou um analista anônimo, referindo-se às táticas protecionistas de Trump. O governo japonês, por sua vez, prefere o caminho da "pressão educada" — mas fontes internas sugerem que a paciência tem limites.
E agora?
Com eleições americanas batendo à porta, Tóquio parece dividido entre duas estratégias:
- Aguardar o resultado das urnas e negociar com o próximo governo
- Aumentar as retaliações comerciais de forma gradual
Enquanto isso, empresários dos dois lados do Pacífico torcem para que a razão — e não o orgulho — vença essa batalha. Afinal, como diz um velho provérbio japonês: "Até o bambu mais flexível quebra se for curvado demais".