
O frágil cessar-fogo entre Israel e o Hamas chegou ao fim de maneira abrupta nesta sexta-feira, com o governo israelense acusando o grupo militante palestino de violar os termos do acordo humanitário. Os bombardeios foram retomados com intensidade na Faixa de Gaza, marcando mais um capítulo sangrento neste conflito que já dura semanas.
Acusações e Contra-acusações
Segundo fontes militares israelenses, o Hamas teria falhado em cumprir vários pontos do acordo estabelecido, incluindo a liberação de todos os reféns dentro do prazo estipulado. O governo israelense alega que o grupo militante manteve em cativeiro várias mulheres e crianças, descumprindo assim os termos da trégua humanitária.
Do lado palestino, representantes do Hamas negam as acusações e responsabilizam Israel pela ruptura do acordo. "Foi Israel quem decidiu encerrar a trégua sem justificativa plausível", declarou um porta-voz do grupo em comunicado à imprensa internacional.
Retorno dos Conflitos
Os primeiros bombardeios israelenses foram registrados nas primeiras horas da manhã, atingindo várias regiões do norte e do sul da Faixa de Gaza. Testemunhas relatam que os ataques aéreos foram particularmente intensos na cidade de Khan Younis, onde dezenas de milhares de deslocados buscaram refúgio durante os combates anteriores.
As operações terrestres também foram retomadas em algumas áreas, com tropas israelenses avançando em território gazense após o fim oficial do cessar-fogo. O som de explosões e tiroteios voltou a dominar a paisagem sonora da região, interrompendo o breve período de relativa calma.
Impacto Humanitário
A ruptura do cessar-fogo representa um duro golpe para a população civil de Gaza, que aproveitou a breve trégua para:
- Buscar alimentos e água em meio aos escombros
- Localizar familiares desaparecidos
- Enterrar os mortos
- Provisoriamente reconstruir alguns abrigos
Organizações humanitárias alertam para o agravamento da crise humanitária com o retorno dos combates. O fornecimento de ajuda essencial, que havia sido retomado durante a trégua, volta a enfrentar sérios obstáculos logísticos e de segurança.
Reações Internacionais
A comunidade internacional acompanha com preocupação o desenrolar dos eventos. Vários países e organizações internacionais haviam pressionado por uma extensão do cessar-fogo, visando facilitar a entrada de mais ajuda humanitaria e negociações para a liberação de reféns.
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, expressaram "profunda decepção" com a ruptura do acordo, enquanto nações árabes condenaram a retomada dos bombardeios. As Nações Unidas renovaram apelos por um cessar-fogo duradouro que possa abrir caminho para soluções diplomáticas.
O conflito, que já causou milhares de mortes e deslocou a maior parte da população de Gaza, entra agora em uma nova fase crítica, com perspectivas sombrias para qualquer solução negociada no curto prazo.