
O que deveria ser um gesto de solidariedade virou o epicentro de mais um capítulo sangrento no conflito entre Hamas e Israel. Numa dessas ironias cruéis que só as guerras sabem produzir, um comboio carregando suprimentos básicos para civis palestinos se transformou em cenário de acusações explosivas.
Segundo fontes ligadas ao Hamas — aqueles mesmos que não costumam escolher palavras com delicadeza —, as forças israelenses teriam virado o inferno em terra contra o caminhão humanitário. O saldo? Nada menos que 91 vidas perdidas, segundo eles. Um número que, se confirmado, daria um nó no estômago até do mais calejado correspondente de guerra.
Mas espere aí, porque o Exército israelense — sempre pronto com sua versão dos fatos — veio com os dois pés no peito negando tudo. "Fake news completa", disseram, com aquela cara de pau típica de quem já se acostumou a ser acusado. Segundo eles, nenhum civil foi sequer arranhado na operação. Difícil acreditar? Pois é, o mundo está dividido entre quem engole e quem cospe essa narrativa.
O jogo das versões
Enquanto isso, nas redes sociais, a briga está mais acirrada que rinha de galo. De um lado, vídeos — muitos deles tão editados quanto reality show — mostrando corpos no chão. Do outro, militares israelenses jurando de pés juntos que só estavam "neutralizando terroristas" que usariam o comboio como escudo humano. Quem está com a razão? Bom, nesse pandemônio, a verdade costuma ser a primeira vítima.
E não pense que a comunidade internacional ficou de bico calado. A ONU — aquela que sempre aparece tarde e com discurso pronto — já soltou nota de "profunda preocupação". Enquanto isso, os EUA, que têm o dedo em todo pudim do Oriente Médio, pediram "moderação" de ambos os lados. Como se moderação fosse algo que sobra nessa região.
O que realmente aconteceu?
Entre um bombardeio e outro, alguns detalhes emergem:
- O comboio transportava farinha, remédios e cobertores — itens básicos que valem ouro em Gaza
- Testemunhas falam em tiros "vindos do nada", mas nessa guerra, "nada" sempre tem endereço certo
- Há relatos de que parte da carga foi confiscada antes do incidente — combustível perfeito para teorias da conspiração
Enquanto os especialistas debatem se foi "ação desproporcional" ou "legítima defesa", famílias palestinas choram seus mortos. E Israel? Continua firme na posição de que "não há vítimas civis quando o alvo é terrorismo". Uma lógica que, convenhamos, não convence nem a avó mais patriota.
No fim das contas, mais uma página escrita com sangue num conflito que parece não ter fim à vista. E o mundo? Ah, o mundo segue girando, entre um tweet indignado e outro.