Não é alarmismo. Não é exagero. É matemática pura: quando 2,3 milhões de pessoas ficam encurraladas num território do tamanho de uma cidade média sem acesso a comida, água ou remédios, o resultado só pode ser um. E está chegando rápido.
Mais de cem organizações humanitárias — aquelas que realmente estão no chão, vendo a situação de perto — soltaram um grito de alerta que ecoa como um trovão. Gaza está prestes a mergulhar numa crise de fome em massa, do tipo que a gente só vê em documentários sobre a Segunda Guerra ou na Etiópia dos anos 80.
O Cerco que Asfixia
O bloqueio israelense, que já dura meses, transformou a Faixa de Gaza numa panela de pressão prestes a explodir. E não é metáfora. Dados das próprias agências da ONU mostram que:
- 92% da população já enfrenta insegurança alimentar aguda
- Caminhões com ajuda humanitária estão parados em filas intermináveis
- Hospitais reportam casos de desnutrição severa em crianças
"É como assistir a um desastre em câmera lenta", desabafa um coordenador da Médicos Sem Fronteiras, que pediu para não ser identificado. "A comunidade internacional precisa acordar antes que virarmos estatística."
O Jogo Político por Trás da Fome
Enquanto isso, a dança diplomática segue seu curso burocrático. Israel alega "questões de segurança" para justificar as restrições. As ONGs rebatem: "Não se usa comida como arma de guerra. Ponto final."
O que mais choca os voluntários no terreno? A velocidade do colapso. Em questão de semanas, famílias que viviam dignamente agora vasculham lixos atrás de restos. Mercados exibem prateleiras vazias como cenas de filme apocalíptico.
E o pior? Ninguém parece ter um plano B. A não ser, claro, contar corpos quando for tarde demais.
