
Nove vidas brasileiras perdidas. Dezessete famílias ainda sem respostas. Os números, frios no papel, escondem histórias que viraram pó sob os escombros de uma guerra que parece não ter fim. O Itamaraty atualizou os dados nesta sexta-feira (26) — e a situação é mais grave do que se imaginava.
De repente, aquele vizinho que mudou para Kiev a trabalho, a estudante de intercâmbio em Moscou, o empresário que achou que estava "só de passagem"... Todos viraram estatística num conflito que não escolhe nacionalidade. E o Brasil, claro, não saiu ileso.
O que se sabe até agora
Segundo fontes do Ministério das Relações Exteriores:
- 5 mortes ocorreram em território ucraniano
- 4 no lado russo (incluindo uma família inteira em Rostov)
- Dos desaparecidos, 11 eram trabalhadores de uma usina em Zaporíjia
Não bastasse o pesadelo da guerra, as famílias enfrentam uma via-crúcis burocrática. "Meu irmão sumiu em março e até hoje não sabemos se está em algum porão, hospital ou...", desabafa Luana Ferreira, irmã de um dos desaparecidos, em ligação que mal dava pra entender pelo choro.
E agora?
O governo brasileiro — que já foi criticado pela demora nas repatriações no começo do conflito — prometeu "canal prioritário" para as famílias. Mas entre promessa e prática... Bem, sabemos como funciona.
Enquanto diplomatas trocam e-mails e notas oficiais, o que resta é esperar. E torcer. Num conflito onde até hospitais viram alvo, cada hora sem notícias parece uma eternidade.