
Imagine deixar tudo para trás — família, segurança, conforto — movido por um ideal. Foi exatamente o que fez um catarinense (que preferiu não se identificar) ao embarcar rumo à Ucrânia como voluntário. Só que a realidade, como costuma acontecer, esbofeteou seus planos com uma surpresa nada agradável.
"Cheguei lá achando que seria diferente", confessa ele, ainda com resquícios de amargura na voz. Os US$ 3 mil mensais prometidos? Nunca saíram do papel. As condições dignas de trabalho? Viraram piada de mau gosto. Depois de duas semanas comendo poeira e desilusão, o brasileiro botou o pé no freio: "Voltei porque não valia a pena arriscar a vida por mentiras".
O sonho que virou pesadelo
A história começa como tantas outras — com um anúncio na internet recrutando combatentes estrangeiros. Salário atrativo, treinamento garantido, chance de "fazer a diferença". Quem resistiria? Pois é, nosso herói involuntário caiu direitinho na armadilha.
- Primeira semana: Alojamentos precários, com soldados dormindo em colchões podres
- Segunda semana: Nenhum centavo depositado, apenas promessas vazias
- Ponto de ruptura: Quando percebeu que estavam usando estrangeiros como "bucha de canhão"
Não é difícil entender sua decisão. Afinal, como ele mesmo filosofou entre um cigarro e outro: "Guerra já é dura demais quando você tem razão pra lutar. Imagina quando te enganam pra estar lá?".
O retorno amargo para Santa Catarina
De volta ao Brasil, o catarinense — que antes mantinha discursos inflamados sobre "defender a liberdade" — agora fala com a sabedoria de quem viu o circo pegar fogo. "Aprendi na marra que nem toda causa é tão nobre quanto pintam", reflete, enquanto ajusta o boné sobre os olhos cansados.
E os responsáveis por esse fiasco? Sumiram como fumaça, é claro. Deixando para trás apenas um rastro de voluntários desiludidos e contratos rasgados — literal e figurativamente.
Moral da história? Talvez seja aquela velha lição que a gente teima em esquecer: quando a oferta parece boa demais pra ser verdade... provavelmente é.