Jovem tetraplégico em Contagem enfrenta batalha por transporte para cirurgia bariátrica
Tetraplégico em Contagem luta por transporte para cirurgia

Imagine depender da boa vontade alheia para ir ao médico. Pois é exatamente essa a realidade de um jovem tetraplégico de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, que há anos trava uma batalha silenciosa — mas nada fácil — por um transporte adaptado que o leve até o hospital onde fará sua tão sonhada cirurgia bariátrica.

Não é frescura, nem mimimi. O cara simplesmente não consegue se deslocar com dignidade. Os veículos comuns? Impossíveis. As alternativas que aparecem? Quase sempre furadas. E aí fica nesse pingue-pongue burocrático que cansa até quem tem paciência de santo.

O calvário diário

Todo mundo sabe que o SUS tem suas mazelas, mas quando a gente esbarra de frente com casos assim... Meu Deus. O rapaz — que prefere não ter o nome divulgado — já perdeu as contas de quantas vezes adiaram sua cirurgia por falta de transporte adequado. E olha que não é qualquer procedimento: a bariátrica pode significar uma nova vida pra ele.

"É como se eu estivesse preso num labirinto sem saída", desabafa o jovem, enquanto ajusta a cadeira de rodas na sala apertada da casa humilde onde mora com os pais. A família já tentou de tudo — desde vaquinhas online até pedidos formais na Secretaria de Saúde. Até agora, zero.

O que dizem as autoridades?

Ah, essa é boa! Quando questionada, a prefeitura de Contagem solta aquela velha cartilha: "estamos analisando o caso com a devida atenção". Só que o "analisar" já dura mais que série cancelada da Netflix. Enquanto isso, o relógio biológico do paciente não para.

Detalhe cruel: a cirurgia já está autorizada, viu? O problema é chegar lá. Parece piada pronta, mas infelizmente é a pura realidade de muita gente que depende do sistema público.

E agora, José?

Enquanto os trâmites não saem do papel (ou melhor, dos e-mails perdidos entre repartições), o jovem se vira como pode. A mãe, aposentada, se desdobra entre os cuidados com o filho e as idas e vindas atrás de soluções. "Às vezes penso em desistir", confessa ela, com olhos marejados. "Mas aí olho pra ele e sigo em frente."

O caso já virou até tema de debate nas redes sociais locais. Alguns voluntários até se ofereceram para ajudar, mas o transporte adaptado tem requisitos específicos — não é qualquer carro que serve. Precisa ter elevador, cinto especial, espaço... Coisas que, convenhamos, não são exatamente baratas.

E você, leitor, o que faria no lugar dele? Ficaria esperando o poder público acordar ou partiria pra ação? Uma coisa é certa: enquanto a discussão segue, um cidadão brasileiro continua privado de um direito básico — o de ir e vir com dignidade.