Não deu outra. O centro de Manaus virou um caldeirão político neste sábado (3), com centenas de pessoas – muitas vestindo verde e amarelo – ocupando as principais vias da cidade. A motivação? Uma mistura explosiva de insatisfação com o governo atual e defesa ferrenha do ex-presidente.
Parecia até aqueles filmes de revolução, sabe? Só que no lugar de armas, bandeiras do Brasil e cartazes com frases de efeito contra o Supremo Tribunal Federal. "O pessoal tava com sangue nos olhos, mas no sentido figurado, claro", contou um vendedor ambulante que preferiu não se identificar.
O grito que ecoou na floresta
Por volta das 15h, quando o sol mais castigava, o grupo começou a marchar em direção ao Largo de São Sebastião. Alguns carregavam cruzes – sim, cruzes – com os nomes de Lula e Moraes pintados de vermelho. Dramático? Sem dúvida. Eficaz? Bom, isso é outra história.
Entre os manifestantes, uma senhora de cerca de 60 anos chamava atenção. "Eu nunca tinha ido num protesto na vida", disse ela, segurando um cartaz caseiro. "Mas tá impossível aguentar esse circo em Brasília."
As três exigências do movimento
- Impeachment imediato do presidente Lula
- Saída do ministro Alexandre de Moraes do STF
- Intervenção militar – essa parte gerou polêmica até entre os próprios participantes
Curiosamente, enquanto alguns gritavam palavras de ordem, outros tentavam vender água mineral e bandeirinhas do Brasil. A política e o comércio, sempre de mãos dadas na selva de pedra amazonense.
Por volta das 18h, quando o calor começou a dar trégua, a Polícia Militar contabilizava cerca de 1.500 pessoas no auge do protesto. Nenhum incidente grave foi registrado, apenas aquele clima de tensão que fica no ar como cheiro de chuva prestes a cair.
Nas redes sociais, os ânimos estavam bem mais acirrados. Hashtags como #ForaLula e #MoraesLadrão dominaram os trending topics no estado durante todo o dia. Do outro lado, os apoiadores do governo contra-atacavam com memes e acusações de golpismo.
E assim segue o jogo democrático brasileiro: nas ruas e nas telas, com paixão, exageros e tudo mais que faz parte desse nosso jeito único – e às vezes caótico – de fazer política.
