
Quem vê hoje o senhor de 54 anos carregando botijões de gás nem imagina que aquelas pernas já correram atrás de uma bola nos gramados mais importantes do Brasil. A vida prega peças curiosas — e sometimes bastante duras.
Edson Carioca, que não é nenhum desconhecido para os torcedores mais antigos, resolveu abrir o coração sobre uma carreira que poderia ter sido diferente. Muito diferente. "Tomei decisões erradas na hora errada", admite, com uma franqueza que raramente se vê nesse meio.
Os anos dourados e as escolhas questionáveis
Nos anos 90, o cara era promessa. Jogou no Corinthians entre 1991 e 1992, depois defendendo as cores do Sport entre 1994 e 1995. Tinha talento de sobra, mas algo não clickou direito. "A gente acha que sabe tudo quando é jovem", reflete, com a sabedoria que só os anos trazem.
O que exatamente deu errado? Edson não entra em detalhes específicos, mas deixa escapar que pressões externas e conselhos duvidosos pesaram na balança. Uma pena, porque o potencial estava ali, evidente para quem acompanhava.
O difícil recomeço longe dos holofotes
Terminada a carreira nos gramados — algo que acontece cedo demais para a maioria dos atletas —, veio a pergunta que assombra muitos: e agora? Sem uma formação acadêmica sólida ou outro ofício, as opções minguam rapidamente.
Edson tentou algumas coisas antes de encontrar no gás uma fonte de renda. Não é glamouroso, mas paga as contas. "Hoje vivo uma vida simples, mas honesta", diz, com um orgulho tranquilo que só quem reconstruiu a própria história conhece.
O conselho para os jovens de hoje
Se pudesse voltar no tempo, o que faria diferente? A pergunta é inevitável. "Estudaria mais, me prepararia para o vida após o futebol", responde sem hesitar. O recado é claro: por mais talento que se tenha, a carreira futebolística é passageira. Muito passageira.
Ele não é o primeiro e infelizmente não será o último a passar por essa transição brutal. O futebol brasileiro ainda engatinha em preparar seus atletas para o segundo tempo das suas vidas.
Enquanto isso, Edson Carioca segue pelas ruas — não mais sob aplausos, mas com a dignidade de quem trabalha honestamente. Sua história serve de alerta e inspiração. Porque no fim do dia, a grande vitória não é sobre o adversário, mas sobre as próprias circunstâncias.