
Era pra ser mais uma terça-feira comum na vida de um profissional que transforma cabelos e barbas em obras de arte. Mas o destino — ou melhor, a crueldade humana — tinha outros planos. Enquanto afiava suas ferramentas de trabalho, o som dos cortes foi substituído por estampidos. Quatro. Quatro disparos que transformaram o ambiente de cuidado em um cenário de caos.
O caso aconteceu em Cruzeiro do Sul, segundo município mais populoso do Acre, onde a violência insistiu em escrever mais um capítulo sombrio. Por incrível que pareça, contra todas as probabilidades, a vítima sobreviveu. Está estável, segundo boletim médico, mas carregará não apenas as marcas físicas, mas a memória de um dia que jamais deveria ter existido.
O que se sabe até agora sobre o ataque
Detalhes ainda são escassos — como geralmente acontece nesses casos. A Polícia Civil trabalha com algumas hipóteses, mas não há informações sobre motivação ou autoria. Testemunhas relataram à polícia que tudo aconteceu de forma rápida e brutal. Alguém chegou, efetuou os disparos e fugiu. Simples assim. E assustadoramente comum.
O barbeiro, cuja identidade foi preservada, foi socorrido em estado grave, mas consciente. Conseguiu contar fragmentos do ocorrido aos profissionais de saúde e aos policiais. Sua condição, graças a um atendimento rápido e à sorte — ou talvez a um milagre, como ele mesmo disse —, não é mais considerada risco de morte.
Um recado que ecoa além do crime
Esse tipo de episódio não fica restrito à vítima. Ele ressoa entre outros profissionais, clientes, familiares. Gera um medo difuso, um questionamento sobre a normalidade com que aceitamos certos níveis de violência. Em cidades do interior, onde todo mundo se conhece, o impacto é ainda mais visceral.
O que leva alguém a cometer um ato desses? Dívida? rixa? discussão mal resolvida? A polícia corre atrás das pistas, mas a pergunta fica no ar, ecoando na comunidade local.
Enquanto isso, o barbeiro se recupera. E a cidade tenta digerir mais um evento traumático — desses que a gente lê e torce para que nunca chegue perto.