Copom surpreende: decisão sobre juros baseada em cenário mais otimista que o do mercado
Copom surpreende com otimismo maior que mercado

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) acabou de dar um verdadeiro banho de água fria nas expectativas do mercado financeiro. Enquanto analistas esperavam um cenário mais cauteloso, os técnicos do BC pintaram um quadro surpreendentemente mais otimista – e foi com base nessa visão que mantiveram os juros firmes em 10,50% ao ano.

Parece que o Copom está enxergando o futuro com lentes um tanto mais cor-de-rosa que o restante do mercado. A questão que fica no ar: será que eles sabem de algo que nós não sabemos?

O otimismo que divide opiniões

Os números falam por si só. Enquanto o mercado projetava inflação de 3,90% para 2024 e 3,78% para 2025, o Copom trouxe estimativas mais baixas: 3,5% e 3,2%, respectivamente. Não é pouca diferença – estamos falando de quase meio ponto percentual de divergência.

E não para por aí. A previsão para o dólar também mostra esse abismo de percepção. O BC acredita que a moeda americana vai fechar este ano em R$ 4,95, enquanto o mercado espera R$ 5,02. Para 2025, a disparidade continua: R$ 4,90 contra R$ 5,05.

O que explica tanta diferença?

Ah, boa pergunta! O relatório do Copom sugere que estão considerando um cenário onde a atividade econômica desacelera mais do que o previsto – o que, em tese, ajudaria a domar a inflação. Mas cá entre nós: será que não estão sendo excessivamente confiantes?

Alguns economistas já estão coçando a cabeça, sem entender muito bem de onde vem tanto otimismo. É como se o BC estivesse numa festa enquanto o mercado ainda está se arrumando para sair de casa.

Os riscos que rondam essa decisão

Manter os juros altos com base em projeções tão mais favoráveis que as do mercado... Hmm, arriscado, não? Se o Copom errar a mão e a inflação resolver dar as caras acima do esperado, aí sim vamos ter problema.

E tem mais: essa divergência de expectativas pode criar uma instabilidade danada nos mercados. Investidores não gostam muito de surpresas, especialmente quando vêm da autoridade monetária.

O fato é que o Banco Central parece estar apostando todas as fichas na queda da inflação. Torçamos para que essa aposta não seja um tiro no pé – porque se for, quem paga o pato somos todos nós.