O clima de expectativa toma conta do campo goiano. Enquanto a poeira ainda não levantou nas estradas rurais, os produtores já afiam as máquinas e ajustam as contas – a temporada da soja está batendo na porteira, e dessa vez promete fazer barulho.
"É aquela correria boa, sabe?" comenta o agricultor João da Silva, enquanto ajusta o GPS do plantador. "A gente trabalha o ano inteiro pra esses três meses que decidem tudo." E não é pra menos: as projeções apontam para uma safra que pode bater o recorde histórico do estado.
Tecnologia no campo: não é mais luxo, é necessidade
Quem pensa que plantação de soja é só jogar semente no chão tá muito por fora. Hoje em dia, os tratores parecem naves espaciais – monitoramento por satélite, dosagem precisa de insumos, até análise de solo em tempo real. "O negócio ficou high-tech mesmo", brinca a engenheira agrônoma Mariana Campos, enquanto mostra um aplicativo que prevê a produtividade por talhão.
- Adoção de cultivares mais produtivas (+15% em testes)
- Investimento em irrigação inteligente (economia de 30% na água)
- Uso de drones para monitoramento de pragas – olho de águia tecnológico
Mas nem tudo são flores. O custo de produção subiu feito foguete – só de fertilizante, um aumento de 22% em relação ao ano passado. "Tem que ser muito bom de gestão pra não se afogar nos números", confessa o produtor Carlos Mendes, mostrando a planilha no celular.
O clima na mira
Se tem uma coisa que tira o sono do agricultor é a previsão do tempo. O fenômeno La Niña está dando as caras, e ninguém sabe direito se vai ser amigo ou vilão dessa safra. "A gente fica igual torcedor de time ruim: torcendo pro milagre", diz o veterano Seu Zé, de 68 anos, enquanto olha pro céu.
Os meteorologistas alertam:
- Período de plantio pode ter atraso de até 15 dias
- Chuvas irregulares no Centro-Oeste
- Risco de veranico no desenvolvimento das plantas
Mesmo assim, o otimismo impera. Afinal, quem planta soja em Goiás já sabe: desafio é o que não falta, mas a recompensa – quando vem – faz valer a pena.
