
Quem diria que em pleno julho — mês tradicionalmente frio e seco — os campos de Goiás estariam vermelhos de morangos? Pois é, os agricultores locais estão virando o jogo com uma colheita que, convenhamos, ninguém esperava tão cedo. E não é só sorte: tem muita técnica por trás disso.
Enquanto a maioria ainda associa morango ao inverno rigoroso, esses produtores descobriram um jeito de "enganar" as plantas. Usando estufas inteligentes e um controle de temperatura quase cirúrgico, eles conseguiram acelerar o ciclo natural. "Parece mágica, mas é pura ciência", brinca um dos fazendeiros, com as mãos sujas de terra.
O segredo está nos detalhes
Não foi fácil chegar lá. Alguns tentaram e falharam — morango é caprichoso, exige cuidados específicos. Mas os que acertaram a mão agora colhem (literalmente) os frutos:
- Irrigação por gotejamento que economiza água
- Substratos especiais que imitam o solo ideal
- Ventilação controlada nas estufas
E o melhor? A qualidade não ficou para trás. Os morangos estão doces, firmes e — pasmem — até mais bonitos que os da safra tradicional. "É como se as plantas soubessem que precisam se esforçar mais", comenta uma técnica agrícola, entre uma prova e outra.
O que isso muda no mercado?
Para o consumidor, a novidade chega em forma de preços mais acessíveis. Com maior oferta fora da época habitual, aquela história de "morango a peso de ouro" no primeiro semestre pode virar coisa do passado.
Já os supermercados e feiras estão repensando seus estoques. "Antes a gente importava muito nesse período. Agora, com produção local, o produto chega mais fresco e com menos custos", explica um gerente de rede varejista, visivelmente animado.
Mas calma, nem tudo são flores (ou morangos). Alguns produtores tradicionais torcem o nariz — temem que a antecipação desequilibre os preços na safra regular. "É uma faca de dois gumes", admite um agricultor mais conservador.
Enquanto o debate esquenta, uma coisa é certa: Goiás está escrevendo um novo capítulo na agricultura brasileira. E dessa vez, com gosto de morango fora de época.