
Eis que o Amapá vira palco de mais um capítulo daquela novela que todo brasileiro conhece, mas ninguém aguenta mais ver repetido. Dessa vez, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) estão com as luvas de boxe calçadas, prontas para desmontar um quebra-cabeça de contratos de obras que cheira mais mal que peixe deixado no sol de Macapá.
Segundo fontes que preferem o anonimato — quem pode culpá-las, né? —, os valores envolvidos fazem até os mais experientes fiscais darem um passo para trás. Estamos falando de cifras que dariam para construir não um, mas vários hospitais de padrão FIFA (se é que isso existe).
O que está pegando?
Detalhes preliminares sugerem que:
- Alguns contratos parecem ter sido assinados com caneta de ouro — os preços estão tão inflados que fariam um balão de São João explodir antes da hora
- Obras que nunca saíram do papel continuam mamando nos cofres públicos como se fossem bebês com fome
- Empresas com endereços mais fictícios que roteiro de novela das nove aparecem como executoras
Não é de hoje que o Amapá vive às turras com a má gestão. Mas dessa vez, parece que o circo vai pegar fogo de verdade. A CGU já está com a calculadora na mão, somando cada centavo desviado como se fosse contabilizar os prejuízos de um Carnaval prolongado.
E agora, José?
Enquanto isso, o cidadão comum continua esperando aquela estrada prometida desde o governo passado, ou a escola que deveria ter sido entregue antes da pandemia. Enquanto uns contam os tijolos, outros contam os zeros nos extratos bancários — e não são os mesmos zeros, pode acreditar.
Os investigadores, por sua vez, trabalham com a paciência de quem desembaraça um novelo de lã depois que o gato brincou com ele. Cada fio puxado revela novos nós, novas conexões, novos nomes que aparecem onde não deveriam.
Uma coisa é certa: quando PF e CGU resolvem dançar juntas, o baile costuma terminar com algemas brilhando no salão. Resta saber quantos figurões vão tropeçar no próprio terno caro antes que a música pare.