
Parece cenário de filme pós-apocalíptico, mas é a realidade que qualquer um pode ver ao passar pelo CEAR (Centro Esportivo de Alto Rendimento) em Campinas. O que era pra ser orgulho virou vergonha – um tapete de mato alto engolindo equipamentos, placas de 'obras em andamento' enferrujadas e aquela sensação de 'aqui o tempo parou'.
Não é exagero. Faz quase dois anos que as máquinas silenciaram, mas o prejuízo continua falando alto. A estrutura, que consumiu milhões em verbas públicas, hoje serve mais de abrigo para pombos do que de incentivo ao esporte. E os vizinhos? Ah, esses estão com os nervos à flor da pele.
O que deveria ser
Prometia mundos e fundos: quadras cobertas de última geração, piscina olímpica, até centro de treinamento para atletas de elite. O projeto, assinado em 2022, era a cereja do bolo para uma região carente de opções esportivas. Só que entre o papel e o concreto, surgiu um abismo – ou melhor, um matagal.
O que virou
- Grama que já passou da altura do joelho
- Estruturas metálicas com sinais evidentes de oxidação
- Placas de sinalização arrancadas ou pichadas
- Até os tapumes da obra já foram 'adotados' como galeria de arte de rua
"É um desperdício que dói no bolso e na alma", dispara Marcos, dono de um bar nas redondezas que preferiu não revelar o sobrenome. Ele conta que no início a comunidade até acreditou, mas hoje o clima é de revolta: "Virou point de usuários, não de atletas".
E a Prefeitura? Bom, quando pressionada, solta aquele discurso genérico sobre "dificuldades orçamentárias" e "retomada em breve". Só que entre um "em breve" e outro, a erosão vai trabalhando silenciosamente. Até quando? Difícil dizer.
Enquanto isso, crianças da periferia continuam treinando vôlei em quadras improvisadas, com redes remendadas. Ironia cruel ou metáfora perfeita do Brasil que paralisa sonhos antes mesmo de concretizá-los?