
Não era para ser mais um dia comum em São Cristóvão. Por volta das 14h desta terça-feira (16), o barulho de tiros cortou o ar como uma faca quente na manteiga — e deixou aquele gosto amargo de "de novo?" na boca dos moradores.
Segundo testemunhas (que preferiram não se identificar, e quem pode culpá-las?), um homem de aproximadamente 30 anos levou um tiro na perna direita. O local? Uma rua movimentada, cheia de comércio, onde crianças costumam passar a caminho da escola. Ironia cruel ou só mais um dia no RJ?
O que se sabe até agora:
- A vítima foi socorrida por populares antes da chegada do SAMU
- Os disparos pareciam vir de uma moto em movimento — clichê que já virou rotina
- Nenhum suspeito foi preso. Surpresa?
"Eu tava fechando meu boteco quando ouvi os estouros. Pensei: lá vamos nós outra vez", contou um comerciante de 54 anos que já perdeu as contas de quantas cenas como essa presenciou. Seus olhos cansados diziam mais que palavras.
A polícia — sim, eles apareceram depois — isolou a área e recolheu cápsulas de bala. Prometeram investigar, como sempre. Enquanto isso, na UPA mais próxima, médicos lutavam para estabilizar o ferido, cujo estado foi classificado como "grave, mas estável".
E o resto do bairro?
Escolas próximas ativaram protocolos de segurança (tradução: crianças deitadas no chão até a poeira baixar). Comerciantes fecharam as portas mais cedo. E a vida seguiu, porque no Rio a gente se acostuma até com o inaceitável.
Moradores reclamam da falta de policiamento — "só aparecem quando já tá feito o estrago" — enquanto especialistas (aqueles que nunca pisaram numa comunidade) debatem "políticas de segurança pública" em gabinetes com ar-condicionado.