
O silêncio da tarde de segunda-feira em Dois Unidos, Zona Norte do Recife, foi quebrado por um ruído que nenhum vizheiro espera ouvir: o estampido seco de mais de quinze disparos. E o alvo? Uma mulher, desprevenida, no quintal da própria casa. A cena, capturada por câmeras de segurança, é de uma frieza que corta a alma.
Por volta das 15h, a rotina do lugar foi substituída pelo caos. Um motociclista, pilotando uma Honda Titan com placa não identificada, invade a calçada e para diante do muro de uma residência. O que acontece depois é puro horror. Ele desce da moto, saca uma arma e simplesmente começa a atirar. E atira. E atira de novo. Uma sequência interminável de rajadas contra uma pessoa indefesa.
A vítima, uma mulher de 33 anos, foi atingida por vários projéteis. Um deles, perfurou seu braço com uma violência absurda. Outros tantos erraram o alvo, mas pelo som no vídeo, a intenção era clara: matar. Não houve conversa, nem discussão. Apenas a execução sumária de um plano que, graças a Deus, falhou.
"Ele Desceu e Já Veio Atirando": O Relato Aterrorizante
Moradores da região, que preferiram não se identificar com medo de represálias, contam que a sensação é de puro desamparo. "A gente fica refém dentro da própria casa", desabafa uma senhora. O barulho dos tiros foi tão intenso que muitos pensaram se tratar de fogos de artifício – até a realidade cruel se impor.
O mais chocante? A frieza do criminoso. Após descarregar o carregador, ele sobe na moto com uma calma perturbadora e foge como se nada tivesse acontecido. Deixa para trás o cenário de um quase assassinato, a mulher ferida e uma comunidade inteira em estado de choque.
As Consequências e a Busca por Justiça
A sorte, se é que podemos chamar assim, é que a vítima sobreviveu. Socorrida em estado grave para o Hospital da Restauração, ela passa por procedimentos médicos enquanto tenta reconstruir na mente o que levou a tamanha atrocidade. A Polícia Civil já iniciou as investigações e trabalha para identificar o autor – um homem usando capacete fechado, que dificulta o reconhecimento.
Esse caso joga um holofote cruel sobre a violência que assola não só o Recife, mas todo o país. Um crime que parece encomendado, executado à luz do dia, sem qualquer pudor. A pergunta que fica, ecoando nas ruas de Dois Unidos, é: até quando? Até quando cidadãos comuns serão alvo de uma guerra da qual não fazem parte?
Enquanto a justiça não chega, o medo se instala. E a esperança de que a próxima bala não tenha o endereço de alguém inocente.