Roubos de cabos elétricos viram epidemia: mortes disparam 260% em uma década
Mortes em roubos de cabos disparam 260% em 10 anos

O que começou como pequenos furtos virou uma verdadeira guerra nas cidades brasileiras. Dados que beiram o absurdo mostram que as mortes relacionadas a roubos de cabos elétricos aumentaram 260% nos últimos 10 anos - um salto que daria vertigem em qualquer estatístico.

Não é só a violência que assusta. O prejuízo? Bilionário. Só no ano passado, as concessionárias de energia tiveram que desembolsar mais de R$ 200 milhões para repor cabos furtados. Dinheiro que, convenhamos, poderia estar iluminando escolas ou hospitais.

O mercado negro que alimenta a tragédia

O cobre virou o novo ouro dos marginais. Vendido a peso em ferros-velhos muitas vezes coniventes, o metal roubado segue um caminho obscuro até fundições que fingem não perguntar de onde vem. "É um ciclo vicioso", diz um delegado que prefere não se identificar. "Enquanto houver quem compre, vai ter quem roube."

E os números não mentem:

  • Um roubo de cabos ocorre a cada 23 minutos no país
  • As regiões metropolitanas concentram 72% dos casos
  • SP, RJ e MG lideram esse ranking macabro

Quando o prejuízo vai além do financeiro

Imagine acordar sem energia porque algum meliante decidiu furtar cabos na madrugada. Agora multiplique isso por hospitais, semáforos, sistemas de segurança. "Já perdemos pacientes por falta de energia", desabafa uma enfermeira de São Paulo, com voz embargada.

E não pense que são só os bandidos que morrem nessa história. Dos 137 óbitos registrados no último ano, 23 eram inocentes - incluindo uma criança de 8 anos eletrocutada por cabos deixados expostos.

As soluções? Bem, aí a coisa complica. Entre projetos de lei que não saem do papel e operações policiais que parecem enxugar gelo, a população fica no meio do fogo cruzado. Enquanto isso, o lucro fácil do cobre continua seduzindo cada vez mais gente para o crime.